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Crise nuclear do Japão irá elevar preços mundiais da energia

usina1503A crise energética instalada no Japão após o terremoto e o tsunami ocorridos na semana passada deve levar ao encarecimento do custo da energia em escala mundial. A alta de preços irá incentivar os investimentos em fontes alternativas, mas os economistas descartam uma substituição da matriz energética. Esse aumento de custos trará impactos econômicos globais, mas a mais afetada deve ser a Europa.

“É um certo exagero. A energia nuclear, no futuro, ainda será uma energia barata”, afirma Wilson Roberto Villas Boas Antunes, conselheiro do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon-SP), em relação aos anúncios de alguns países europeus de cortar investimentos em usinas nucleares. O comissário da União Europeia para Energia, Gunther Oettinger, afirmou na segunda-feira que, “com o acidente nuclear no Japão, uma revisão dos padrões de segurança na Europa pode levar ao fechamento de usinas”.

Na sequência, Alemanha e Suíça, adiaram seus programas de ampliação em energia nuclear. Na Inglaterra, foi determinada a revisão de estudos sobre a instalação de 11 usinas. A França, por sua vez, saiu em defesa da segurança de suas instalações, já que 80% da energia consumida no país é de origem nuclear. Para Villas Boas, os países europeus devem sentir maior impacto do encarecimento da energia em sua economia do que aqueles em desenvolvimento, como o Brasil. Isso porque a Europa já vem passando por um momento de encolhimento ou de crescimento modesto devido aos efeitos da crise financeira internacional.

Para Thais Prandini, da Andrade & Canellas, consultoria especializada na área de energia, a crise japonesa deve levar a um aumento na demanda por gás natural, já que o país consome 40% da produção mundial. “O Japão é o maior importador global. De sexta-feira até hoje (ontem), os preços do gás natural liquefeito (GNV) subiram 12% no mercado internacional. Isso porque o país está buscando uma alternativa à energia nuclear”, explica a consultora.

Fonte: IG