As Coreias do Norte e do Sul trocaram hoje centenas de tiros de artilharia nas zonas marítimas de ambos os países, numa escalada de animosidade que forçou os residentes de cinco ilhas sul-coreanas a procurarem refúgio em abrigos, avançaram as autoridades de Seul.
A troca de fogo no Mar Amarelo seguiu-se ao súbito anúncio de Pyongyang de que iria realizar exercícios com tiro real em sete locais a norte da disputada fronteira marítima entre as Coreias. O Norte procede regularmente a este tipo de exercícios, disparando fogo de artilharia e mísseis para o oceano, apesar de raramente divulgar os seus planos com antecedência. O anúncio foi visto como uma expressão da frustração do país com os escassos progressos nos seus recentes esforços para conquistar ajuda externa.
500 tiros de artilharia foram disparados pela Coreia do Norte ao longo de mais de três horas, com cerca de 100 a caírem a sul da fronteira marítima entre os dois países, disse o porta-voz do Ministério sul-coreano da Defesa, Kim Min-Seok. A resposta da Coreia do Sul foram 300 disparos para as águas norte-coreanas, acrescentou.
Kim qualificou os disparos do Norte como uma ‘provocação’, considerando que tinham como objetivo testar a segurança de Seul. A Coreia do Norte ainda não fez comentários.
Em Washington, o porta-voz da Casa Branca Jonathan Lalley classificou a acção de Pyongyang como “perigosa e provocadora”, acrescentando que os acontecimentos de hoje têm como consequência o agravamento das tensões na região.
Face ao historial de animosidade e violência entre os dois países, a troca de tiros de hoje acabou por ser relativamente branda, mas cresce a preocupação em Seul de que uma Coreia do Norte cada vez mais insatisfeita possa repetir o discurso de guerra que realizou Primavera passada – recorde-se que Pyongyang ameaçou Washington e Seul com ataques nucleares, depois de estes terem condenado o seu terceiro teste nuclear.
A Guerra da Coreia, entre 1950-1953, terminou com um armistício e não com um tratado de paz, por isso a península coreana permanece em estado técnico de guerra.
Fonte: SOL
