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Ciclovia: Eduardo Paes volta a defender Concremat

cicloviaO prefeito Eduardo Paes voltou a defender, neste sábado (23), a Concremat – empresa que construiu a ciclovia na Avenida Niemeyer, e cujo trecho atingido por uma onda desabou, matando duas pessoas na quinta-feira (21).

“A Concremat sempre foi muito respeitada. É preciso esclarecer que ela não fiscaliza as outras obras, mas sim gerencia. Ou seja, acompanha questões como cumprimento de prazos, e não a fiscalização da qualidade do material utilizado”, disse, referindo-se ao fato de a empresa também ser contratada para realizar a gerência de sete obras olímpicas.

Paes também comentou sobre o relatório do Tribunal de Contas do Município (TCM), que já havia alertado para a existência de trincas e depressões no piso. “O TCM faz relatórios permanentemente. Disseram, por exemplo, que havia pinos demais para prender a ciclovia, num momento. Nesse caso ficamos com a decisão da prefeitura, e não reduzimos a quantidade de pinos. Óbvio que se a obra fosse perfeita, não ocorreria a tragédia, mas nós sempre esclarecemos os alertas que eram feitos”, afirmou.

O prefeito reforçou que a natureza não pode ser culpada pela tragédia, e reafirmou que se sente “totalmente responsável.” “Nunca houve uma recomendação por parte da Geo-Rio para fechar a ciclovia quando há ressaca. Então, você provavelmente tem um problema estrutural, além de um não encaminhamento de uma operação de uma ciclovia naquelas condições. Em caso de ressaca, de mar alto, devia-se botar um aviso indicando que a ciclovia não deveria ter sido utilizada. A prefeitura que deveria ter feito isso.”

Paes afirmou ainda que  o objetivo é fazer de tudo para manter a ciclovia, e não há possibilidade, atualmente, de demolição. Inaugurada há três meses, a obra custou R$ 44,7 milhões e tem 3,9 quilômetros de extensão.

“Queremos manter a ciclovia. Vamos fazer os ajustes necessários para isso. Está claro que é necessário um plano de contingência para casos de ressaca, por exemplo.”

Paes acrescentou que município pagará indenização para as famílias das vítimas do desabamento. “A prefeitura tem consciência de sua responsabilidade. Claro que nada compensa a perda de duas vidas, mas ao menos faremos nossa parte com o reparo material. Conversei com o cunhado do engenheiro Eduardo Marinho [uma das vítimas] por telefone, que me atendeu gentilmente. Pretendo encontrar com todas as famílias pessoalmente.”

Homicídio culposo

A Polícia Civil do Rio abriu inquérito por homicídio culposo (sem intenção de matar) para apurar as mortes no desabamento da ciclovia. A investigação está a cargo da 15ª DP (Gávea) que já fez duas perícias no local do acidente e começou a ouvir testemunhas. O Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-RJ) também abriu investigação para apurar as responsabilidades dos engenheiros na obra.

Fonte: Jornal Brasil