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Artigo – 125 anos de república‏

IMG-20141115-WA0001* Por Alex Sidney

Nesse 15 de novembro completamos 125 anos do primeiro golpe militar ocorrido no Brasil, quando liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, as forças armadas destituíram do trono brasileiro o monarca com o segundo mais longo reinado daquele século, Dom Pedro II.

Em uma apressada análise, pareceu um grande avanço, trocar um sistema baseado na hereditariedade e concentração do poder nas mãos de uma pessoa pelo novo regime, ancorado na meritocracia e rotatividade do poder.

Infelizmente, para nossa falta de sorte, o aparente avanço representou um enorme retrocesso. Enquanto o Império era no papel um Estado absolutista, na prática, o Imperador se mostrou um grande defensor das liberdades individuais, da imprensa e geria o país com um imenso espírito público. De outro modo, a república que nascia no papel, como um Estado de direito, na realidade, iniciou uma série histórica de grandes perseguições políticas, à imprensa e, como é normal em ditaduras, de dilapidação do erário.

Podemos auferir a diferença entre os dois períodos, o império e a república, analisando dois exemplos:

O imperador reinou por quase 50 (cinquenta) anos e durante todo esse período jamais aumentou as despesas para a manutenção própria e da família. Era conhecido como pão-duro por ser zeloso com o dinheiro público. Em oposição, as primeiras medidas da nova república foi incentivar a ciranda financeira, emissão de papel-moeda e aumento dos gastos públicos, onde o grande jurista e medíocre economista Rui Barbosa promoveu a política do encilhamento, promovendo a inflação a um dos principais problemas nacionais.

O todo-poderoso império brasileiro permitiu que a imprensa livre divulgasse ideias subversivas (contrárias ao regime) ao ponto de grandes republicanos, como o avô de Fernando Henrique Cardoso, apregoarem abertamente o fuzilamento de toda família real, a exemplo do ocorrido na França. Em seguida, a Estado de direito republicano fechou jornais, prendeu seus proprietários, perseguiu os profissionais, e não mais permitiu a mais simples contestação aos mais graves desmandos e desvio de conduta dos poderosos.

Diante de tão eloquente diferença, chegamos a conclusão que até 1889 o Brasil viveu em uma monarquia republicana e após essa fatídica data, as forças militares nos presentearam com uma República ditatorial que fez história, repetida e reprisada durante o século seguinte, atrasando absurdamente o nosso desenvolvimento político, econômico e social.

Viva o Imperador, nosso herói esquecido.

* Alex Sidney é servidor púbico e bacharel em administração de empresas e em direito