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Americanos comemoram 50 anos do ‘sonho’ de Luther King

Milhares de pessoas se reuniram neste sábado para comemorar o aniversário de 50 anos da “Marcha sobre Washington”, ato em favor dos direitos civis onde Martin Luther King fez o mítico discurso: “Eu tenho um sonho”.

Sob um céu claro e azul, a plateia predominantemente afro-americana aproveitou a data para ouvir ativistas e artistas que subiram no mesmo púlpito de mármore branco do Lincoln Memorial usado por Luther King.

“O trabalho não acabou, a viagem não terminou”, disse em uma emocionada intervenção Martin Luther King III, filho de Luther King, a propósito da luta em defesa dos direitos civis dos afro-americanos.

“Quando as pessoas de cor têm sucesso, os Estados Unidos têm sucesso”, declarou a chefe da minoria democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi, em meio aos aplausos de um público também integrado por brancos, hispânicos e asiáticos.

O representante negro John Lewis contou ao público que foi “preso 40 vezes nos anos 60”. “Fui agredido, fiquei ensanguentado e inconsciente, mas nunca me cansei e não estou disposto a desistir, a abandonar, estou disposto a lutar, a seguir lutando, e vocês devem lutar também. “É preciso manter a fé!”.

“Nos manifestamos para que a aparência (da pessoa) deixe de ser um crime, pela herança do doutor King: empregos, não guerra” – diziam os manifestantes.

A comemoração, cuja organização espera atrair 150.000 pessoas, está entre os maiores eventos do aniversário de 50 anos da “Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade”, na próxima quarta-feira. A manifestação política, em 1963, reuniu cerca de 250.000 pessoas que pediam melhores direitos civis.

Barack Obama, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, fará um discurso na quarta-feira no mesmo local escolhido por Luther King há 50 anos.

Apesar de a “Marcha sobre Washington” ter sido um marco na luta contra a segregação racial, o evento deste sábado teve como foco questões da atualidade norte-americana: dos direitos eleitorais à violência urbana, passando pelo status dos imigrantes ilegais e pelos direitos das mulheres.

Fonte: AFP