O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta segunda-feira (17.jun.2024) que o governo tem dialogado com todas as categorias e que não havia motivo para a greve deflagrada por funcionários públicos e professores das universidades federais. Segundo o ministro, a expectativa é de que as instituições retomem as atividades nesta semana.
“Acho que não havia motivo. Greve a gente entra quando não há diálogo, quando se chega ao limite da negociação. Vamos lembrar que o governo passado não deu um reajuste. E, no 1º ano do presidente Lula, ele deu 9% para todos os funcionários, mais que o dobro da inflação”, disse Santana.
“A ideia inicial do governo federal era dar 4,5% por ano durante os 4 anos, mas resolveu antecipar os 4,5% de 2024 para 2023, considerando esses anos todos sem reajuste.”, disse.
Segundo o comando nacional da greve dos professores universitários, ligado ao Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), a paralisação da categoria, iniciada em abril, é realizada em 64 universidades.
Nova proposta apresentada pelo MEC (Ministério da Educação) e pelo MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos) está em análise. O Andes solicitou que os docentes façam assembleias locais até sexta-feira (21.jun).
A categoria tem manifestado descontentamento com o reajuste anunciado para este ano. Contudo, em nota divulgada em seu site, o Andes avalia que a pressão do movimento grevista levou o governo a retomar as negociações e sinalizar alguns avanços.
A última proposta apresentada aos professores envolve recomposição parcial do orçamento das universidades e institutos federais, implementação de reajuste de benefícios e aumentos salariais de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026. O MEC também se comprometeu a revogar a Portaria 983/2020, que elevou a carga horária mínima semanal dos docentes.
“Tenho ponderado para os sindicatos que acho que está num momento de encerrar. A greve tem prejudicado os alunos, tem prejudicado o país e as universidades. Os sindicatos levaram as propostas para as suas bases, e a gente espera que até o final da semana a gente possa retomar as atividades”, anunciou o ministro.
Os funcionários técnico-administrativos realizam assembleias ao longo desta semana.
GREVE NAS UNIVERSIDADES
A greve da categoria atinge 68 universidades. Segundo a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos do Ensino Superior), a mobilização se dá por causa da redução dos investimentos das universidades, da falta de reestruturação do plano de carreira e da corrosão salarial, diante do congelamento imposto durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) e do reajuste anunciado pelo atual governo para 2024.
Fonte: Poder 360