Nelson Jobim pediu demissão nesta quinta-feira do cargo de ministro da Defesa, em meio a uma série de declarações polêmicas sobre o governo de Dilma Rousseff, e o ex-chanceler Celso Amorim assumirá o posto, informou a Presidência da República.
A permanência de Jobim no cargo, que já era dúvida, ficou insustentável após entrevista à revista Piauí, antecipada pelo jornal Folha de S.Paulo, na qual ele teria afirmado que a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, “é fraquinha” e que Gleisi Hoffmann, titular da Casa Civil, “nem sequer conhece Brasília”.
Jobim, que nega as declarações, estava no Amazonas e antecipou seu retorno a Brasília após ligação da presidente, segundo uma fonte do Executivo à Reuters. À noite, em encontro que durou menos de cinco minutos, segundo a Presidência, entregou sua carta de renúncia, cujo conteúdo não foi divulgado.
A decisão da presidente de não seguir com o ministro, no entanto, já havia sido tomada mais cedo nesta quinta.
As declarações de Jobim causaram “irritação” no Planalto, conforme disse uma outra fonte à Reuters mais cedo. O sentimento se agravou especialmente por Jobim ter se reunido, na véspera, com a própria Dilma.
Para substituí-lo, a presidente optou por Amorim, ex-ministro de Relações Exteriores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Filiado ao PT, Amorim ficou à frente do Itamaraty durante todo o governo Lula.
Com a renúncia de Jobim, já são três os ministros a deixar o governo em sete meses: Antonio Palocci saiu da Casa Civil em junho e Antonio Nascimento deixou o ministério dos Transportes em julho.
Fonte: Reuters