O Ministério Público do Pará começou nesta segunda-feira as investigações na sede da empresa responsável pela obra que desabou, no sábado, em Belém. O MP quer reunir toda a documentação referente à construção do edifício para ajudar na apuração das causas do desabamento. O MP também instaurou um inquérito civil para apurar as responsabilidades pelo desabamento do edifício.
A Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros continuaram, nesta segunda, as buscas por pelo menos duas vítimas do desabamento.
O prédio de 32 andares que desabou estava em construção e ficava na Travessa 3 de Maio, entre as avenidas Magalhães Barata e Governador José Malcher. Segundo o major Lima, não há risco de desabamento de prédios vizinhos.
Segundo o coronel do Corpo de Bombeiros Mário Moraes, responsável pela coordenação do resgate, a grande quantidade de entulho é o principal entrave para a retirada das vítimas.
– A queda do prédio formou uma montanha de entulho de aproximadamente 25 metros. As buscas são lentas e não têm prazo para terminar.
O corpo de Maria Raimunda Fonseca dos Santos, 67, foi encontrado na manhã de domingo entre os escombros. Segundo o Corpo de Bombeiros, ela morava em uma das casas vizinhas que foram soterradas.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado, os dois desaparecidos eram operários que trabalhavam no momento do acidente. As equipes acreditam eles são Manoel Raimundo da Paixão Monteiro e José Paulo Barros.
O desabamento atingiu quatro casas e pelo menos seis moradores tiveram ferimentos leves. Existe ainda a suspeita de que o acidente tenha abalado a estrutura dos prédios residenciais próximos à obra.
Segundo a responsável pela Seção de Resposta Rápida a Desastres e Catástrofes do Estado do Pará, Lúcia Medeiros, ainda não foi concluída a perícia nos edifícios vizinhos, que foram evacuados. As mais de 500 pessoas desalojadas estão nas casas de parentes e em hotéis.
Equipes e viaturas de todas unidades operacionais do Corpo de Bombeiros trabalham ininterruptamente na busca dos desaparecidos, com a ajuda de cães farejadores.
Dois equipamentos usados para localizar vítimas em acidentes de grandes proporções chegaram a Belém, no início da tarde de ontem, vindos direto do Paraná. Um deles, a almofada pneumática, consegue levantar 66 toneladas de escombros. A outra, denominada Delsar, ajuda a encontrar soterrados com sensores que conseguem detectar até a respiração humana. Segundo o Corpo de Bombeiros, o trabalho de remoção dos escombros deve durar cerca de duas semanas.
Promotores do Ministério Público do estado informaram que o órgão não recebeu nenhuma denúncia referentes a questões estruturais da obra. De acordo com informações do governo do Pará, o proprietário da Construtora Real Class, responsável pelas obras do edifício, negou qualquer irregularidade na construção.
O empresário Carlos Lima Paes afirmou que a construtora vai aguardar o laudo sobre as causas do desabamento e que os familiares das vítimas serão indenizados.
Fonte: Correio do Estado