A operação de socorro ao Banco Panamericano, de R$ 2,5 bilhões, foi a maior já feita pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) a um banco em operação. Em 1995, o fundo fez aporte de US$ 3 bilhões no Bamerindus, mas o banco já havia sofrido intervenção do Banco Central. “Fizemos isso para preservar o banco e evitar um efeito perverso no sistema financeiro”, diz o presidente do conselho do FGC, Gabriel Jorge Ferreira.
No caso do Panamericano, a operação foi inédita, pois contou com garantias das empresas de Silvio Santos que podem ser executadas. No caso do Bamerindus, o FGC não recebeu nenhum centavo de volta do dinheiro que aportou. Como tem essas garantias dadas pelas companhias do empresário, Ferreira diz que o fundo espera receber tudo o que aportou de volta. Na falta de pagamento, o fundo tem a opção de executar essas garantias, vendendo ativos ao mercado.
O Banco Santos foi o último banco que contou com injeção de dinheiro do FGC, mas em escala bem menor que o Panamericano. Em 2004, quando o banco de Edemar Cid Ferreira sofreu intervenção do BC, foram colocados R$ 16 milhões.
O FGC foi criado no meio da crise do México em 1995, para resgatar bancos problemáticos. Em meio aos problemas de solvência de bancos como Bamerindus e Nacional, o governo sentiu necessidade de criar um mecanismo de garantias de depósitos e trazer maior tranquilidade ao sistema financeiro.
O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos e que recebe contribuições obrigatórias de todos as instituições financeiras que operam no País. “Não há dinheiro público”, diz Ferreira. O fundo tem patrimônio de R$ 28 bilhões, equivalente a 3% do passivo do sistema no Brasil. Nos Estados Unidos, o FDIC, como é chamado o fundo garantidor lá, tem atuação bem diferente e é mantido apenas com dinheiro do governo.
Fonte: Agência Estado