Reajuste do salário mínimo, aumento do benefício pego pelo programa Bolsa Família, avaliação dos índices de produtividade e o combate à guerra cambial. Estes foram alguns dos compromissos firmados pela presidente eleita, Dilma Rousseff, nesta quarta, dia 3, em Brasília. Ao lado do presidente Lula, ela concedeu a primeira entrevista coletiva à imprensa após a eleição.

Após a primeira reunião oficial com a presidente eleita no Palácio do Planalto, Lula elogiou o comportamento democrático da população brasileira nas eleições. Ele aproveitou para dizer que não vai interferir no governo da sucessora.

– Na minha cabeça funciona a seguinte tese: rei morto, rei posto!. O governo da Dilma tem que ser a cara e a semelhança da Dilma. É ela e somente ela quem pode dizer quem ela quer e quem ela não quer.

Lula pediu que a oposição tenha uma postura focada no interesse nacional e voltou a lamentar a extinção da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Já Dilma Rousseff, não confirmou se pretende ressuscitar o antigo imposto.

– Eu não pretendo enviar ao Congresso a recomposição da CPMF. Não há uma necessidade veemente. Agora, do ponto de vista dos governadores, eu sei que há este processo.

Entre os temas rurais, ela destacou a importância da reforma agrária e disse que vai avaliar a revisão dos índices de produtividade.

– O presidente pediu para a Embrapa fazer uma avaliação e definir o que considera tecnicamente correto. Eu vou pegar esses dados e avaliar. No que se refere ao MST, eu sempre, em todas as oportunidades, me neguei a tratar o MST como caso de polícia – afirmou ela.

Dilma se comprometeu a aumentar o valor do Bolsa Família. Sobre o salário mínimo, ela analisa uma forma de garantir reajuste real.

– Nós vamos ter um salário mínimo em 2014 acima de R$ 700 e poucos reais. Se não tiver nenhuma alteração, já em 2011, ele estaria acima de R$ 600,00.

A presidente eleita defendeu o câmbio flutuante e uma ação conjunta dos países para evitar distorções:

– Todos os países, que não são Estados Unidos e a China, percebem que há uma guerra cambial. E eu quero dizer para vocês que, numa situação dessas, não tem solução individual.

Dilma Roussef viajou, ainda nesta quarta, para descansar, mas não divulgou o destino. A previsão é que ela retorne a Brasília apenas no domingo. A presidente eleita garantiu que estará na capital federal na próxima segunda-feira, quando começa o processo de transição de governo.

Fonte: Canal Rural