Publicado dia 12/09/2010
Quando estive à frente da Câmara Municipal de Salgueiro em 2007, devolvi para a Prefeitura 100 mil reais, para que com essa verba fosse feito o calçamento que dá acesso à Escola Paulo Freire, obra de grande importância, cujo orçamento na época, conforme levantamento que solicitei, ficava nesse patamar, levando em conta os preços então vigentes.
No ano seguinte, no final de 2008, também baseado em levantamento de custo, repassei mais 100 mil, depois de contato com o atual chefe do Poder Executivo que à época, embora não tivesse ainda assumido o cargo, já estava eleito, para que a verba fosse aplicada na conclusão do canal da Rua Antônio Alves Concerva, no lugar conhecido como Vila da Caixa.
Foram, portanto, repassados 200 mil reais, no entanto nenhuma dessas obras sequer teve início. Sabemos que o Executivo tem pleno poder de aplicar os recursos onde lhe convém, naturalmente, com autorização do Legislativo, e esta já lhe é dada quando se aprova a LOA – Lei Orçamentária Anual.
Ao que parece, aliás, a grande verdade é: se estais comigo, se lês na minha cartilha, se dizes amém a tudo, te darei migalhas para que sobrevivas. Mas, se ages com independência, com humildade, respeito, ética, isso na política deve ser abolido. Então a ti, deve ser negado tudo, és inimigo, não será permitido o teu crescimento porque podes ameaçar a minha liderança…
Tenho imenso orgulho de está cumprindo o 5º mandato consecutivo de vereador em Salgueiro, mas, não posso esconder a minha decepção diante de tantas injustiças que vemos na política, especialmente o desvio de função dos poderes, ou seja, intromissão dos mais fortes sobre os mais fracos, embora se pregue a igualdade e harmonia, a prática é completamente diferente, principalmente o executivo que detém forte controle sobre os demais.
Prova disso, são diversas conquistas conseguidas pelo povo na Constituição, mas, para que ocorram de fato, muitas vezes dependem do envio de projetos de leis regulamentadoras a cargo do executivo, coisa que não acontece, salvo se a sociedade se organizar para cobrar, o que não ocorre com facilidade.
Também, é verdade que muitos projetos se perpetuam no legislativo federal – Congresso Nacional, porque falta interesse de alguns parlamentares pela sua aprovação e coragem para votarem contra, se for o caso, talvez temendo o resultado das urnas.
De qualquer forma, não quero semear pessimismo, ao contrário, alertar para o grande momento da eleição que se aproxima, quando teremos a oportunidade de fortalecer a democracia, votando nas pessoas que de fato tenham compromisso com um desenvolvimento pautado no respeito às nossas fontes de vida, para garantir o presente e o futuro.
Por Alvinho Patriota
