síria

Milhares protestam contra o governo na Síria

manifestacao-banias-620Milhares de sírios carregando velas e entoando slogans contra o governo fizeram uma passeata no sábado (30) à noite em Banias, numa manifestação para demonstrar seu apoio à cidade de Deraa, disse o Observatório Sírio para os Direitos Humanos.

Mais cedo, as forças de segurança da Síria prenderam dois veteranos da oposição e um grupo de mulheres manifestantes como parte de uma operação contra os ativistas pró-democracia, disseram grupos de direitos humanos.

A organização de direitos humanos síria Sawasiah informou que as forças de segurança mataram ao menos 560 civis desde que os protestos começaram há pouco mais de seis semanas.

Agentes de segurança prenderam Hassan Abdel Azim, de 81 anos, em Damasco, e Omar Qashash, de 85 anos, na cidade de Alepo, segundo o centro para a defesa de prisioneiros.

Outros ativistas de direitos humanos disseram que as forças de segurança prenderam 11 mulheres que marcharam em uma demonstração silenciosa só de mulheres no distrito de Salhyia em Damasco no sábado.

A marcha foi em apoio aos moradores da cidade de Deraa, para onde o presidente Bashar al-Assad enviou tanques para oprimir uma revolta contra seu governo.

Fonte: Reuters

Regime sírio começa onda de prisões a opositores que denunciaram massacre

inter1152Depois de ordenar uma repressão que fez pelo menos 120 vítimas entre sexta-feira e sábado, o regime sírio deflagrou ontem uma onda de prisões, com mais de 200 oposicionistas detidos em menos de 24 horas. A intenção é sufocar os protestos liderados por organizações que pedem a saída de Bahar Assad do poder. Na quinta-feira, ele colocou fim ao regime de emergência que vigorou no país durante 48 anos.

ONGs ligadas à defesa de direitos humanos e organizações internacionais denunciaram ontem o aumento da violência e a invasão pelo regime sírio de casas de opositores em Damasco, Homs e outras cidades para prender ativistas, em plena madrugada. A internet e telefones foram cortados. Ativistas consideraram as detenções “sequestros ilegais” por parte do regime.

No fim da semana passada, forças de segurança do regime de Assad reprimiram as manifestações que pediam o fim da corrupção e a volta da democracia.

Segundo a Comissão Internacional de Juristas, com sede em Genebra, e a Organização Árabe de Direitos Humanos, cerca de 300 pessoas foram detidas nos últimos cinco dias. A maioria foi levada de suas casas entre a madrugada de sábado e ontem por grupos armados com rifles.

Segundo dados da Comissão Internacional de Juristas, mais de 330 pessoas já foram mortas desde o começo dos protestos, há um mês. Os dados são parecidos aos da Anistia Internacional. Para essas ONGs, mais de 2 mil pessoas já foram presas nos últimos 30 dias.

Fonte: Estadão

Em meio a funerais, Síria tem novo dia de violência

6vrw0yaln4u47hlywq5890rloForças de segurança da Síria atiraram neste sábado contra manifestantes que acompanhavam os funerais de pessoas mortas nos protestos de sexta-feira, o dia mais violento desde que a onda de manifestações começou no país, há cinco semanas.

De acordo com testemunhas, as forças de segurança atiraram em milhares de pessoas que acompanhavam funerais em várias cidades, como Izraa, Douma e Basra.

Relatos indicam que a repressão aos protestos teriam deixado pelo menos 12 mortos.

Os números não puderam ser confirmados de forma independente por causa das restrições ao trabalho de jornalistas estrangeiros na Síria. Muitos profissionais da imprensa internacional foram expulsos do país pelo governo ou têm permissão para trabalhar apenas em áreas distantes dos conflitos.

Durante os funerais deste sábado, manifestantes gritaram palavras de ordem contra o presidente Bashar al-Assad, que está no poder há 11 anos, desde que herdou o cargo de seu pai. A violenta resposta do governo à onda de protestos ganhou novas proporções na sexta-feira, quando mais de 100 mortes foram registradas, de acordo com a oposição.

A escalada de violência levou dois parlamentares de Deraa – Nasser Haririr e Khalil Rifai – a renunciar, em protesto contra a resposta do governo aos proestos. “Se não posso proteger os peitos do meu povo deste ataques, não há razão para ficar no cargo”, afirmou Hariri, em entrevista à emissora Al-Jazeera.

As manifestações de sexta-feira começaram após as rezas e se espalharam por cidades como Damaszo, Ezra, Deraa, Hikar, Homs e Banias, entre outras. Testemunhas disseram que as forças de segurança atiraram contra os manifestantes, mas a agência estatal de notícias síria disse que foram usados gás lacrimogêneo e canhões d’água nos protestos “para impedir confrontos e proteger a propriedade privada”. De acordo com o governo, “algumas pessoas ficaram feridas”.

Os confrontos aconteceram um dia depois de o governo ter acabado com o estado de emergência que vigorava desde a década de 1960 na Síria. O governo sírio também anunciou a permissão para a realização de protestos pacíficos – desde que autorização fosse solicitada com antecedência. Bashar Al-Assad chegou a afirmar que não “haveria mais desculpas” para os protestos uma vez levantado o estado de emergência. Mas correspondentes dizem que o governo mantém ainda um amplo leque de opções legais para reprimir os oposicionistas.

Na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou a Síria de usar força desproporcional contra manifestantes e de buscar ajuda iraniana para conter os protestos em curso no país.

“Esse uso revoltante de violência para reprimir protestos deve chegar ao fim agora”, disse Obama, em comunicado. “Em vez de ouvir seu próprio povo, o presidente Assad está culpando agentes externos enquanto busca assistência iraniana para reprimir cidadãos sírios através das mesmas táticas brutais que têm sido usadas por seus aliados iranianos.”

A França se disse “extremamente preocupada” e condenou a violência. “A luz deve ser lançada sobre esses crimes, e aqueles responsáveis devem ser identificados, presos e levados à justiça”, disse a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Christine Fages.

Fonte: Último Segundo

Barack Obama condena violência e denuncia ajuda do Irã à Síria

obamaApós relatos de até 70 mortes durante o dia mais sangrento da repressão síria aos protestos no país, o presidente americano Barack Obama pediu o fim “imediato” dos confrontos e condenou o “recurso ultrajante à violência” utilizado pelo governo do ditador Bashar al Assad pra conter as manifestações.

“Este ultrajante uso da violência para conter os protestos precisa ser interrompido imediatamente. Ao invés de ouvir seu próprio povo, Assad está culpando outros enquanto busca auxílio do Irã para reprimir os cidadãos da Síria por meio das mesmas técnicas brutais que já foram usadas pelos aliados iranianos”, disse.

Os comentários de Obama chegam pouco após o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, ter conversado com jornalistas durante um voo da comitiva presidencial entre a Califórnia e Washington.

Ele pediu que o governo sírio “interrompa e desista do uso de violência contra manifestantes” e “implemente as reformas prometidas”.

MORTES

A violenta repressão das forças de segurança sírias, que nesta sexta-feira abriram fogo contra os manifestantes que pedem a renúncia do ditador Bashar al Assad, já podem ter deixado até 70 mortos, indicam ONGs de direitos humanos.

As ONGs Sawasiah, com sede na Síria, e o Comitê Sírio de Direitos Humanos, com sede em Londres, informam, com base em informações enviadas por seus militantes no país, que os confrontos já deixaram ao menos 70 mortos.

O número também está sendo divulgado pelas emissoras de TV Al Jazeera e Al Arabiya, segundo relatos de ativistas.

Já a agência Associated Press diz ter recebido dados da ONG Anistia Internacional apontando para ao menos 75 mortos.

As mortes ocorreram no distrito de Barzeh, em Damasco, e nos subúrbios de Zamalka, Harasta, Douma, Muadamiya, Qaboun e Hajar al Asswad, em torno da capital. Outros morreram nas cidades de Hama, Latakia, Homs, Hirak, Duma, e Ezra, na província de Deraa, no sul.

Fonte: Folha Online