Os três candidatos à Presidência da República à frente nas pesquisas são contrários a tese da legalização das drogas no Brasil. Em entrevista à revista Rolling Stones – que tem uma capa para cada um dos candidatos – Dilma Roussef, José Serra e Marina Silva afirmam serem contra a legalização da maconha. Dilma foi mais longe: defende uma espécie de cruzada da sociedade contra as drogas.
Serra disse o seguinte à revista voltada para o público jovem:
“Eu sou contra porque, na prática, nas condições do Brrasil hoje abre um caminho para outras áreas de relações. Não sou contra que se debata, mas não está nos meus planos tomar nenhuma iniciativa nesse sentido. Nenhum país tem encontrado uma solução isoladamente. Não tenho dúvidas de que qualquer mudança nessa área terá que ser em escala internacional. Ou se tem uma coisa, em geral mais internacionalizada, ou não se consegue.”
Marina Silva afirmou o seguinte diante da pergunta sobre a legalização da maconha:
“Uma coisa é a pesquisa, isso é ponto pacífico. Eu tenho uma posição contrária à legalização das drogas e acho que as pessoas sérias que fazem esse debate propondo o contrário do que eu penso não é porque são pessoas degradadas. É porque elas têm uma conceção de que isso vai ajudar a combater o tráfico de drogas. Na base, o que elas querem é combater o tráfico de drogas e dar uma contribuição para o processo. Eu tenho uma percepção de que não vamos resolver o problema do tráfico de drogas com a legalização. Essa é a minha percepção, mas essa não é uma decisão que é tomada pelo Executivo, e sim pelo Legislativo, e acho que ela é complexa e ainda falta muito debate e informação sobre isso.”
A resposta de Dilma foi a mais longa:
“Sou contra a legalização das drogas. Acho que a sociedade não está preparada para uma mudança dessa natureza. Acho que o Estado tem um papel fundamental a exercer na luta contra o tráfico de drogas e na adoção de medidas sociais que evitem o uso da droga pelo jovem, assim como na assistência a famílias e usuários. Temos de mobilizar o governo federal, os governos estaduais e municipais, a sociedade, as organizações sociais, as igrejas, os médicos, os psiquiatras, os professores, enfim, todos precisam se mobilizar para uma luta sem trégua contra as drogas. Repito as três frentes fundamentais: apoio e prevenção; atenção e tratamento para o dependente, inclusive atendimento psicológico; e repressão. Simultaneamente, continuaremos investindo em infraestrutura, em áreas expostas à ação do crime, o que tem sido feito com o PAC em todo o Brasil e as UPPs no Rio de Janeiro, além de garantir educação de qualidade e acesso a práticas esportivas para crianças e jovens. Droga se combate com inteligência, força e dando opções de trabalho e lazer aos jovens.”
Fonte: O Globo