Com o objetivo de incluir e dar mais autonomia para jovens com síndrome de Down no mercado de trabalho, a chef pizzaiola Erilene Monteiro abriu uma pizzaria com toda cadeia comercial, operacional e de gerência com pessoas com Down. A Pizza Maker & Down foi inaugurada nessa segunda-feira (07/10) no shopping Norte Janga, em Paulista, litoral norte de Pernambucano.
Com um tíquete médio de R$ 39,90, a pizzaria conta com quatro funcionários fixos e terá rodízio entre os demais. Em seu cardápio, o cliente tem opções que vão além de pizzas, como petiscos e lasanha.
A empreendedora conta que a ideia nasceu em 2018, após ela perceber “a capacidade de superação” de seu sobrinho com síndrome de Down, Matheus, na época com 6 anos. “Vendo a capacidade dele em tudo, decidi criar um projeto para proporcionar cidadania e sobretudo renda, para ele e todos os que têm Down”, destaca a chef.
Monteiro é dona de uma escola de cursos básicos e avançados de pizzaiolos há 25 anos, e conta que aproveitou a estrutura para oferecer gratuitamente especialização e formação profissional para pessoas com Down de 15 a 40 anos, com todas as adaptações necessárias. No entanto, mesmo formados, os pizzaiolos ainda estavam tendo dificuldades para entrar no mercado de trabalho.
“Resolvemos criar um buffet só com Downs para que eles tivessem renda. Foi um sucesso! Fazíamos festas para 100, 200 pessoas quase todo final de semana. Mas, eu tinha ainda o sonho de montar uma pizzaria com eles”, conta a chef.
Seis anos depois, Monteiro apresentou sua ideia para a administradora do shopping Norte Janga, Cléia Alves, que abraçou a causa. Em um mês, o restaurante estava pronto. “Quando ela me falou do projeto me tocou muito. Eu fiquei muito impressionada com a garra dessa mulher. E aí fomos organizando e buscando formas para ajudá-la. Nós queremos ser multiplicadores agora”, diz Alves.
Com um investimento aproximado de R$ 100 mil, feito pela própria chef e sua sócia Andreia Araújo, a pizzaria foi montada com os equipamentos que Monteiro já tinha em sua escola. Muitos ingredientes foram doados por parceiros.
Agora, a empreendedora pretende expandir o negócio para o Brasil todo por meio do franchising. O modelo ainda não está finalizado, mas de uma coisa ela já tem certeza: para ser um franqueado, toda a cadeia deverá contar com pessoas com síndrome de Down.
Fonte: PEGN