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Reze pelo Haiti

iphoto_-0jpgEm uma frase, a primeira-dama do Haiti, Elisabeth Préval, resumiu o pesadelo que se abateu sobre o país, o mais pobre da América Latina: “Caminho por cima de corpos sem vida”. O presidente, René Préval, admitiu a existência de milhares de mortos. “O Parlamento desabou. A Secretaria da Fazenda desabou. As escolas desabaram. Os hospitais também desabaram. Há muitas escolas com muitas pessoas mortas no interior”, afirmou ao jornal Miami Herald. Mais tarde, o líder haitiano foi encontrado vagando pelas ruas por um repórter da TV CNN. Estava visivelmente abalado e admitiu que não dormira desde a catástrofe da véspera. Já o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, citou a cifra de “mais de 100 mil vítimas”. Na tarde de ontem, a ONU confirmou a morte de 14 de seus funcionários, mas informou que “entre 115 e 200” eram dados como desaparecidos. O corpo do tunisiano Hedi Annabi, chefe da ONU no Haiti, foi retirado dos escombros da sede da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) no fim da tarde de ontem.

O terremoto de 7 graus na escala Richter que devastou a maior parte de Porto Príncipe, na tarde de terça-feira (hora local), chocou o mundo e trouxe dor e luto a várias famílias no Brasil. Até o fechamento desta edição, haviam sido confirmadas as mortes de 11 soldados brasileiros da Minustah e de Zilda Arns. A fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança havia acabado de visitar um centro de ajuda humanitária, em Porto Príncipe, quando foi atingida por escombros do prédio. Sem tempo para chorar seus mortos, os capacetes azuis da ONU se uniram aos esforços de resgate de sobreviventes. O subchefe da Minustah, general chileno Ricardo Toro, dividia seu tempo ontem na coordenação dos trabalhos e na busca por sua mulher, que estava desaparecida. Os hotéis Christopher e Montana, que abrigavam a maior parte dos estrangeiros e do pessoal civil da ONU, foram ao chão em poucos segundos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva emitiu uma nota de pesar na qualdisse estar “profundamente consternado com a tragédia”. Ele lembrou que o povo brasileiro se sente “vinculado fraternalmente” com o país, em razão da presença das Força de Paz liderada pelo Brasil. Lula externou seu pesar e total solidariedade ao povo haitiano e à família das vítimas brasileiras, em especial à de Zilda Arns. Por sua vez, o colega norte-americano, Barack Obama, prometeu uma intervenção “rápida, coordenada e firme” para ajudar o Haiti. O Pentágono ordenou que navios e porta-aviões se dirigissem ao Caribe e avalia o envio de tropas para garantir a segurança. O Banco Mundial anunciou o desbloqueio de uma verba suplementar de US$ 100 milhões, em caráter urgente.

Fonte: Diário de Pernambuco