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O ano da poupança

economia1_1O aumento do emprego e da renda está provocando uma revolução entre os brasileiros. Se até bem pouco tempo a grande maioria não conseguia guardar um centavo que fosse para garantir um futuro melhor, agora, é cada vez maior a preocupação em poupar, seja para bancar a tão sonhada viagem ao exterior, seja para pagar a faculdade dos filhos ou mesmo para a aposentadoria. “Está havendo uma revolução na cultura de poupança da população, apesar do endividamento maior oriundo do crédito farto. E isso está sendo possível porque a renda está aumentando e o Brasil consolidou a estabilidade econômica. Ou seja, ficou mais previsível”, disse o presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira, Edmilson Lyra.

Essa visão, segundo ele, está sustentada nos resultados dos investimentos em 2009. Pelas contas do Banco Central, a tradicional caderneta de poupança registrou captação líquida (depósitos menos saques) de R$ 30,4 bilhões, com o saldo em conta atingindo R$ 319 bilhões. Foi o segundo melhor resultado anual desde 1995, quando começou a série histórica do BC – ficou atrás apenas de 2007, com saldo positivo de R$ 33,4 bilhões. Nos fundos de investimentos, as aplicações superaram as retiradas em R$ 87,6 bilhões, elevando para R$ 1,366 trilhão o patrimônio dessa indústria no país. Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), 552.364 pessoas físicas – um recorde – responderam por mais de 30% dos negócios diários.

“Felizmente, as pessoas estão podendo consumir mais e ainda poupar. E não vejo mudança nesse quadro nos próximos anos. Pelo contrário. Com a perspectiva de crescimento cada vez mais forte da economia nos próximos anos, veremos a poupança total dos brasileiros, tanto em renda fixa quanto em ações, crescer de forma acentuada”, afirmou o professor Ricardo Rocha, do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. “Isso é muito bom, pois, com a poupança interna em alta, o Brasil ficará menos dependente do capital estrangeiro para crescer. As empresas poderão se financiar no país para ampliar osparques produtivos”, acrescentou Carlos Antonio Magalhães, diretor da Sabe Consultoria.

Fonte: Diário de Pernambuco