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Mulher de João Santana diz que JBS pagou caixa 2 ao PT, afirma jornal

Em depoimento durante negociação com o Ministério Público Federal para fechar acordo de delação premiada, a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, disse que a JBS pagou caixa 2 à campanha pela reeleição da presidente Dilma Rousseff — o pagamento não está declarado na Justiça Eleitoral. A informação foi publicada pelo jornal O Globo.

A empresa teria pago a dívida do PT com a gráfica Focal Confecção e Comunicação Visual, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. A JBS nega veementemente a afirmação de Monica. Legalmente, a empresa doou R$ 361,8 milhões nas eleições de 2014.

De acordo com Mônica, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto exigia que os serviços gráficos de campanha fossem concentrados nas empresas do empresário Carlos Cortegoso. O motivo seria o fato de ele aceitar receber os pagamentos depois das campanhas. A Focal pertence a Cortegoso.

Conforme apuração feita por O Globo, a Focal teria emitido notas fiscais de serviços para a JBS, mas nunca imprimiu peça ou fez serviços para a empresa, maior processadora de proteína animal do mundo, que tem BNDES e Caixa como sócios, com 27% do capital. As notas emitidas para os pagamentos foram entregues pessoalmente, na sede da JBS, em SP, por funcionários de Cortegoso.

Os pagamentos em caixa 2 da JBS à campanha de Dilma já haviam sido citados por Mônica em um dos anexos produzidos por sua defesa e levados aos procuradores para tentar acordo. O Ministério Público Federal tem resistido a aceitar, por considerar que a colaboração teria mais informações para relatar do que o apresentado.

Mônica e Santana foram denunciados pelo MPF, na semana passada, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, por pagamentos feitos por fornecedores da Petrobras aos dois, no Brasil e no Exterior.

A ministra do Tribunal Superior Eleitoral Maria Thereza de Assis Moura autorizou, no final de abril, a Polícia Federal a realizar perícia contábil de vários fornecedoras da campanha da chapa Dilma/Temer, entre elas a Focal. Maria Thereza é a relatora da quatro ações que propõem a cassação da chapa.

Fonte: Zero Hora