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Falta de chuvas leva reservatórios de hidrelétricas do Nordeste ao limite

A situação dos reservatórios das hidrelétricas do Nordeste do Brasil deve se tornar crítica já no próximo mês. O problema se acentua com poucas chuvas no horizonte e uma previsão de elevação no consumo, de acordo com dados de projeções do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e especialistas consultados pela agência Reuters.

As chuvas esperadas na área das hidrelétricas da região em outubro estão em cerca de 42% da média histórica, o que levaria os reservatórios a 9,5% da capacidade ao final do próximo mês. Esse nível é considerado crítico, conforme relatório do ONS divulgado nesta sexta-feira.

Com esse quadro, seria muito difícil para o governo deixar de ligar novamente algumas das termelétricas desligadas recentemente, em meados de agosto, afirmam técnicos do setor. “Você tem uma questão técnica em que, com reservatórios abaixo de 10%, em média, você começa a comprometer a operação, e em muitos casos tem que desligar máquinas (das hidrelétricas) porque compromete a segurança dos equipamentos”, diz Fábio Cuberos, diretor da comercializadora e gestora de energia Safira.

“Vai se trabalhar em um limite muito precário. Isso torna o período do início chuvoso muito crítico, traz um nervosismo muito grande sobre como vai ser essa época de chuvas”, afirma o consultor da FGV Energia, Paulo Cunha.

A temporada de chuvas do Brasil começa em novembro, mas há uma perspectiva negativa para o Nordeste em função do fenômeno climático El Niño, que tem sido intenso neste ano e pode resultar em menos chuvas na região, com consequente complicação da questão energética. “O El Niño potencializa a situação de chuvas ruins no Nordeste, inclusive no próximo período úmido. Se isso acontecer, a situação tende a se agravar, com os reservatórios esvaziando mais”, disse Cuberos, da Safira Energia.

Fonte: VEJA