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Dilma diz que teme “banho de violência” na campanha eleitoral deste ano

A ex-presidente Dilma Rousseff condenou os atos hostis de manifestantes durante a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sul do país e afirmou que teme um “banho de violência” na campanha presidencial deste ano.

Durante a passagem por cidades da Região Sul do Brasil, Lula e aliados foram alvos de manifestantes que lançaram paus, pedras e ainda bloquearam vias para dificultar o deslocamento do ex-presidente e correligionários.

Para Dilma, os atos são cometidos por grupos milicianos com viés fascista, cujo objetivo é romper com os ideias democráticos e alimentar o ódio e a violência no Brasil.

“Vim denunciar o que pode acontecer na campanha, que é um banho de violência sobre nós que sempre fomos defensores da democracia e sempre que ela se restringiu o povo perdeu. Há no Brasil processos muito violentos que vão chegar à campanha eleitoral”, alertou ela ao citar casos de violência registrados em Porto Alegre, Santa Maria, Chapecó, São Borja e outras cidades.

Dilma também condenou as declarações da senadora Ana Amélia (PP-RS) que elogiou os que atiraram ovos e levantaram o relho contra Lula e seus aliados.

O PT está ingressando na Procuradoria-Geral da República com uma queixa-crime contra a parlamentar e com uma representação no Conselho de Ética do Senado.

“Em todos os locais são milícias armadas, tem gente com revolver e bomba. Tem foto disso”, afirmou a ex-presidente

Em Brasília, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, comentou os episódios ocorridos na caravana de Lula e disse que o PT deveria rever a estratégia de percorrer o país em campanha com o ex-presidente.

“Nós entendemos que o presidente Lula não pode mais ser candidato. E essa decisão de hoje somente corrobora esse entendimento”, disse, referindo-se à rejeição pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) dos embargos de declaração impetradas pela defesa do ex-presidente no processo do tríplex no Guarujá (SP).

“Talvez a forma como o PT está atuando, como se nada tivesse acontecido, percorrendo o Brasil em campanha, deva ser repensada pelas lideranças“, argumentou o ministro. “A insistência hoje não contribui para a necessária tranquilidade que nós entendemos que seja positiva nos momentos que antecedem o pleito.”

“Mesmo que alguns tenham tentado transformar o Brasil em uma Venezuela, nós não temos essa tradição de conflito nas eleições… o ideal seria que entendessem isso, porque na verdade nos preocupa a elevação da temperatura e até essa radicalização de posições que está se estabelecendo em torno dessa impossível candidatura do ex-presidente Lula”, concluiu Marun.

Lula lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência em outubro, mas com a confirmação da condenação a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex, deve ficar impedido de disputar a eleição de acordo com a Lei da Ficha Limpa.

Fonte: Reuters