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Comentário em destaque

Comentário feito na matéria Eduardo Campos vence batalha com governador da Bahia e leva usina nuclear para Itacuruba:

Péricles Tavares
maio 11th, 2011 às 12:12 · Responder · Modifica
Bom dia!
Com relação a riscos de acidentes, num caso de terremoto por exemplo, uma usina nuclear de última geração faria muito menos mortes do que o rompimento de uma barragem do porte de Sobradinho.
A usina nuclear também causa menor quantidade de impactos ambientais que uma hidroelétrica.
No seu funcionamento, ela joga na atmosfera vapor de água, limpando e umidecendo o ambiente.
Voce não pode construir, por exemplo, um avião e olhar apenas o risco das mortes que ele poderá causar se vier a cair. Precisa olhar também o benefício que ele vai produzir.
As novas tecnologias em usinas nucleares já permitem a guarda dos resíduos na base do próprio reator, o que já muda o estigma do lixo nuclear.
A construção de uma usina deste porte no sertão significa também preparação de mão de obra local para este fim, ou seja, forçosamente teria que implantar universidades e escolas técnicas para preparar uma mão de obra de excelência na região, o que mudaria bastante as diferenças regionais.
As normas de operação de uma usina nuclear são bastantes rigorosas e controladas por órgão internacionais.
A usina do Japão que sofreu com o último acidente resistiu muito bem ao terremoto. O dano físico maior foi causado pelo tsunami que ao arrastar as linhas de transmissão parou o sistema de refrigeração da usina.
A cada acidente independentemente do tamanho, novas normas e procedimentos são adotados para que não venha a se repetir, assim como acontece na aviação.
O maior risco que vejo na expansão nuclear brasileira são os riscos de operação decorrente do nosso já famoso jeitinho brasileiro de empurrar com a barriga os problemas. Corrigindo isto, o risco cai bastante.
E afinal, já temos as usinas de Angra funcionando a bastante tempo com uma tecnologia alemã que na época da instalação já estava obsoleta e até agora, graças a Deus, não houve problemas.
Uma outra coisa é que, obra do governo quando vem ser anunciada pode colocar mais o quádruplo do tempo em cima do previsto para o início da operação. A produtividade estatal brasileira é bastante baixa.
Acreditem se quiserem mais hoje, a cada dia no Brasil se morre mais gente dos problemas relativos a falta de saneamento básico do que possam vir a morrer por um acidente nuclear.
O saneamento básico no brasil na última década não cresceu quase nada comparado pela demanda que a população necessita. É o grande débito dos governos no Brasil juntamente com a qualidade oferecida em Saúde pública.
Portanto existem muitos lados a ser discutido no debate. Estes são apenas alguns.
Abraços.

Um comentário sobre “Comentário em destaque

  1. Gilson Alves

    Parabenizo o doutor Péricles Tavares pelo comentário, não somente em face da abordagem aprofundada do tema, mas, sobretudo, pelo linguajar de fácil compreensão. Uma análise séria, de aspectos puramente técnicos e apolítica. O autor do comentário em questão fala com a autoridade de quem ostenta sólida e atual formação superior em Engenharia Ambiental, tendo trabalhado, durante décadas, como Desenhista Projetista em empresa industrial de grande porte que atua na fabricação de cimento, sendo, pois, responsável, direto e/ou indireto, por inúmeros projetos de plantas industriais destinadas aos mais variados empreendimentos, isto se dando não somente no território brasileiro, assim como, em paises situados no continente europeu. Por fim, orgulha-me o fato de saber que este humilde e modesto profissional é meu conterrâneo, a quem devoto elevado e sincero respeito mais pelos ensinamentos de vida do que pelos laços familiares que também nos une. Congratulo-me igualmente com você, doutor Alvinho Patriota, pela qualidade das discussões e pelo nível dos temas que são diuturnamente abordados no seu blog. Forte abraço.