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Brega, funk, sertanejo e forró estilizado são ‘barrados’ no carnaval pernambucano

20161227170536690214eForró eletrônico, forró estilizado, brega, swingueira, arrocha, funk, sertanejo e pagode estilizado estão fora da convocatória da Secretaria de Cultura de Pernambuco e da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur) para o carnaval 2017. A convocatória tem como objetivo selecionar as atividades artísticas que vão compor os festejos de momo em Pernambuco.

De acordo com o texto, 30% dos recursos serão destinados à categoria cultura popular, 40% a representantes da Música da Tradição Carnavalesca (como frevo e caboclinho); 10% para as Orquestras de Frevo; e 20% aos grupos e artistas da Música Popular Brasileira. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Cultura, a decisão de que os gêneros musicais não se enquadram em nenhuma categoria se dá porque o governo considera que eles não estão de acordo com o que a convocatória busca valorizar. Na categoria Música Popular Brasileira, estão inseridos “MPB, Axé, Pop Rock Nacional, Pop e de Forró, desde que, para esta última categoria, ligados à tradição junina ou que tenham a tradição junina como fonte de pesquisa no trabalho a ser apresentado”, de acordo com o edital.

A medida não deve afetar substancialmente a grade do carnaval do Recife, o principal polo carnavalesco do estado com relação às apresentações musicais. A decisão do governo do estado não impede que as prefeituras contratem artistas dos gêneros. A gestão estadual é parceira das prefeituras na produção das comemorações carnavalescas, especialmente nos municípios do interior. De acordo com a assessoria, o auxílio que o governo dá para as festividades não é o suficiente para preencher toda a grade de programação do carnaval, o que torna necessária a contratação de outras atrações por parte das prefeituras.

O Secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, defende que a decisão não se trata de discriminação contra os artistas dos gêneros. “Diferentemente de vários estados, o carnaval não é promovido pelo governo estadual. Essas são festas eminentemente municipais. As prefeituras podem contratar quem elas quiserem, inclusive bandas de axé ou sertanejo. Damos um apoio expressivo, mas não determinante, a mais de 50 cidades pernambucanas. Não estamos discriminando gêneros musicais nem fazendo juízo de valor, mas vamos privilegiar a música que é menos tocada nas rádios”, disse Granja. “O brega, o funk e o sertanejo, por exemplo, têm muito mais espaço o ano todo. Não estamos dizendo que o brega não é música popular brasileira, eles têm tanto mérito quanto qualquer artista, mas decidimos não selecionar quem se identifica como brega para esta convocatória. É uma opção política do estado. A gente acha que a política cultural deve ajudar, afirmativamente, quem tem menos exposição”.

Fonte: Diario de Pernamubuco