Passado quatros anos dos primeiros casos da pandemia de COVID-19, que causou mais de 700 mil mortes no Brasil até os dias de hoje, cientistas descobriram o porquê de algumas pessoas sofrerem o contágio e outras não.
Em conjunto, a University College London, o Wellcome Sanger Institute e o Imperial College London, no Reino Unido realizaram um ensaio com voluntários que toparam contrair SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, em prol do estudo.
Para o teste, os indivíduos estavam saudáveis, não eram vacinados e não possuíam histórico prévio de covid. Eles foram expostos a uma pequena dose da cepa original do SARS-CoV-2 através de um spray nasal.
Todos eles foram monitorados de perto em uma unidade de quarentena controlada e segura. Testes foram feitos com regularidade e amostras foram coletadas para entender como o corpo agia ao vírus.
O teste mais recente, publicado na revista Nature, coletou amostras de tecido no caminho entre o nariz e garganta, além de amostras de sangue de 16 voluntários coletadas antes da exposição ao vírus.
Em seguida, a evolução da doença foi acompanhada a partir de amostras, utilizando o sequenciamento de célula única.
“Para nossa surpresa, descobrimos que, apesar de todos os voluntários terem sido cuidadosamente expostos à mesma dose exata do vírus da mesma maneira, nem todos acabaram testando positivo para a COVID-19″, informa o texto do g1.
A partir do estudo, os 16 voluntários que participaram do estudo foram divididos em três grupos.
Seis desenvolveram a covid de forma leve e típica, que testaram positivos por diversos dias e apresentam sintomas como o da gripe. Esse grupo foi denominado como ‘grupo de infecção sustentada’.
De dez voluntários que não desenvolveram a infecção contínua, o que indica que eles conseguiram combater a infecção no início, três apresentam uma infecção intermediária, com testes virais únicos positivos intermitentes e sintomas limitados. O grupo foi chamado de ‘grupo de infecção transitória’.
As outras sete pessoas não apresentam sintomas em nenhum momento e permaneceram negativos para a doença em todos os testes.
Sendo a primeira vez que isso acontece, já que antes não era algo confirmado, esse pessoal foi chamado de ‘grupo de infecção abortada’.
Imunes?
Os cientistas identificaram nestes sete voluntários um gene em específico chamado de HLA-DQA2, que foi ativado para produzir uma proteína em níveis maiores nos voluntários que não desenvolveram a infecção de forma sustentada, podendo ser usado como um ‘’marcador de proteção’.
Fonte: Metro