Apoiadores de Lula em Recife defendem Marília e rejeitam Danilo

O ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Recife nesta 5ª feira (21.jul.2022) escancarou a disputa pelo uso do seu nome nas eleições entre 2 candidatos ao governo de Pernambuco: Danilo Cabral (PSB) e Marília Arraes (Solidariedade).

A viagem do petista ao Estado foi exigência do PSB, principal aliado do PT no plano nacional. O partido queria que Lula apresentasse Danilo como seu candidato para que ele ganhe tração na corrida eleitoral. Os pessebistas comandam Pernambuco desde 2007 e querem manter a hegemonia.

Apoiadores do petista, no entanto, levaram faixas com o nome de Marília ao ato com o ex-presidente que foi realizado na noite desta 5ª feira (21.jul) na capital pernambucana. Em alguns vídeos, é possível ver que o nome da deputada é entoado pela multidão e algumas pessoas dizem “Danilo não”. Durante os discursos iniciais, houve disputa de gritos para Marília e para Danilo.

O prefeito de Recife, João Campos, e o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, ambos do PSB, foram vaiados quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-PA) mencionou seus nomes em discurso no início do ato.

Danilo ainda enfrenta dificuldades para crescer nas pesquisas. Sua principal adversária é Marília, que deixou o PT em março para viabilizar sua candidatura ao governo local. De acordo com pesquisas locais recentes, a deputada lidera a corrida ao Palácio do Campo das Princesas. Danilo aparece em 5º lugar na maioria delas.

Desde que lançou sua pré-candidatura, Marília tem usado a imagem do ex-presidente em suas peças publicitárias. O PSB já reclamou, mas o PT tem feito vista grossa até o momento. A deputada afirma que o seu partido, o Solidariedade, está na coligação nacional de Lula.

Nos atos em que participou em Garanhuns e Serra Talhada, ambos no interior de Pernambuco, Lula afirmou que seu candidato em Pernambuco é Danilo Cabral e disse: “eu não confundo a minha relação pessoal com minha relação política”.

A frase é uma forma de explicar aos eleitores o apoio a Danilo em vez de a Marília, que tem fotos e vídeos mostrando proximidade com o ex-presidente. É também uma forma de não atacar a ex-correligionária, a quem Lula já disse respeitar e ter carinho.

Em junho, Marília lançou um jingle de campanha em que diz ser “guerreira de Arraes e Lula”. No mesmo dia, Lula gravou um vídeo para reforçar seu apoio a Danilo. Na semana passada, ela também aproveitou a visita do petista a Brasília e tirou fotos ao seu lado.

Fonte: Poder 360

Fachin dá cinco dias para Bolsonaro se manifestar sobre críticas às urnas eletrônicas

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Edson Fachin, deu cinco dias para que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) se manifeste sobre os pedidos feitos por partidos da oposição para que sejam excluídos de redes sociais vídeos do mandatário que contenham ataque às urnas eletrônicas. O pedido foi feito por siglas como PT, PDT, Rede e PC do B e é referente às falas do mandatário ditas durante reunião com embaixadores na segunda-feira, 18. Através de despacho feito nesta quinta-feira, 21, o ministro solicitou também a manifestação de todas as partes envolvidas no pedido, além do próprio presidente.

“Antes, porém, de poder analisar o pedido formulado em caráter de urgência, faz-se necessária a aferição da regularidade do meio processual adotado. Isso porque embora a demanda tenha sido identificada como Representação, da leitura da petição inicial extrai-se da causa de pedir que os fatos retratados indicam que a aduzida prática de desinformação volta-se contra a lisura e confiabilidade do processo eleitoral, marcadamente, das urnas eletrônicas”, diz Fachin na peça.

No pedido feito na terça, o PDT pede, além da exclusão, que o presidente e seu partido, o PL, sejam multados em “patamar máximo” por veiculação de propaganda antecipada negativa.

Fonte: Jovem Pan

PM confirma 18 mortos em operação policial em comunidades no Rio

A Polícia Militar confirmou ao menos 18 mortos, entre eles um policial militar e uma moradora, em uma ação policial no Complexo do Alemão, nesta quinta-feira, 21, na Zona Norte da Cidade. As outras 16 vítimas, segundo a corporação, são suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas. A ação foi deflagrada para combater quadrilhas que roubam veículos, mas deixou os moradores das comunidades aterrorizados com a violência. Em pouco mais de um ano, já foram registradas outras duas chacinas, a mais letal delas a do Jacarezinho, em maio do ano passado, que resultou em 28 mortes, entre elas a de um policial civil.

“A matança no Rio de Janeiro virou mais do mesmo. Essa operação de hoje foi feita sem preparo e com o assassinato de dois inocentes. Infelizmente, atualmente, mortes dão votos. O governador do estado, Cláudio Castro, do PL, apoia a necropolítica”, criticou Álvaro Quintão, presidente da Comissão de Direitos Humanos, da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro. Em coletiva no início da noite de ontem, representantes da PM e da Polícia Civil informaram que as execuções do policial militar Bruno de Paula Costa e da moradora Letícia Marinho de Sales, de 50 anos, estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital.

A PM informou ainda que o número de mortos ainda pode aumentar, mas que a ação era necessária. “Era uma operação que precisava ser feita. Há anos, a polícia não operava no Complexo do Alemão. Os moradores atenderam os pedidos para ficarem em casa. Só havia policiais e criminosos nas ruas”, argumentou o major Ivan Blaz, porta-voz da PM. Na coletiva de imprensa, o coordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Polícia Civil, Fabrício Oliveira, atacou os chamados “narcoativistas”, pessoas, que segundo ele, fazem badernas durante as ações policiais orquestradas por traficantes. “Se houver críticas e denúncias em relação a ação da polícia, elas serão investigadas. Mas o que a gente está falando é que criminosos estão obrigando parte da população a causar a desordem durante a ação policial”, argumentou.

Durante a manhã, moradores relataram troca de tiros e rajadas contra um helicóptero da polícia. Mototaxistas também fizeram um protesto. À tarde, populares levaram corpos e pessoas feridas a unidades de saúde da região em meio a um cenário de guerra. Desde de 2020, em razão da pandemia, o Supremo Tribunal Federal impôs regras para a realização de operações policiais para reduzir a letalidade no estado, entre elas, a de que o Ministério Público seja informado com antecedência. Mas tiroteios e chacinas, como a do Complexo do Alemão, deixam um rastro de sangue e mortes nas comunidades carentes do estado.

Fonte: VEJA