Analistas estimam que inflação só deve recuar no 2º semestre

A inflação de dois dígitos será uma má recordação de 2015, mas também promete deixar uma herança maldita para 2016. A contaminação dos aumentos disseminados de preços não deve dar trégua nos primeiros meses do ano, assim como os repasses da indexação para bens e serviços que são reajustados sob contrato, de forma a repor a inflação acumulada em meses anteriores.

Como resultado, a inflação oficial só deve começar a recuar com mais intensidade a partir do segundo semestre, apesar do cenário de recessão na economia e juros altos. Nos 12 meses encerrados em novembro de 2015, a alta de 10,48% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), teve forte influência dos preços do governo. Na lista de dez maiores impactos, cinco são bens ou serviços administrados: energia elétrica, gasolina, plano de saúde, ônibus e gás de botijão.

“Os reservatórios ainda estão abaixo do nível aceitável, então a energia elétrica deve pressionar a inflação. Ônibus urbano tende a não subir em alguns lugares, porque é ano eleitoral. A gasolina também não deve ter novos aumentos”, avaliou o economista Marcel Caparoz, da RC Consultores. Em São Paulo, porém, os governos estadual e municipal já anunciaram que as tarifas de metrô, ônibus e trem vão passar de R$ 3,50 para R$ 3 80 a partir de 9 de janeiro.

Se por um lado os preços administrados entrarão 2016 com menos força em comparação ao tarifaço promovido no início de 2015, a contaminação vinda do câmbio e o repasse das perdas com a inflação no ano anterior devem fazer bens e serviços voltarem a pesar no bolso das famílias.

“O dólar veio subindo forte nos últimos meses de 2015, o que encarece insumos e produtos importados”, disse Caparoz. O câmbio afeta desde alimentos até produtos como maquiagens e artigos de limpeza. O pão francês, por exemplo, subiu 11,23% até novembro, isso porque boa parte do trigo usado no Brasil é importado.

A indexação, herança dos períodos de inflação elevada na história da economia brasileira, também deve realimentar os preços de alguns itens em 2016. Alguns são reajustados por contratos indexados à inflação, como o aluguel residencial, que em geral usa como referência o IGP-M, índice geral de preços calculado pela FGV.

O plano de saúde, por sua vez, tem o reajuste máximo estabelecido anualmente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e acaba incorporado a outros custos. “Então isso vai provocar aumento forte em alguns itens no ano seguinte” previu a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, na última divulgação do IPCA, em dezembro.

O próprio reajuste do salário mínimo, fixado em 11,67% em 2016, para R$ 880, deve elevar custos com empregado doméstico e outros profissionais que recebem esse valor. Comerciantes podem ter de repassar aos preços o aumento em despesas com funcionários, já que a média salarial do setor é próxima ao mínimo.

Por conta dessas pressões, a RC prevê que o IPCA encerre 2016 aos 7%, ainda acima do teto da meta do governo, de 6,5%. Na média, os analistas ouvidos pelo Boletim Focus também esperam novo rompimento do teto da meta, com inflação de 6,86%. O Banco Central já vinha dando sinalizações de que seu objetivo de levar a inflação à meta de 4,5% em 2016 não poderia ser cumprido.

A primeira indicação veio no comunicado da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) no fim de outubro, quando a autoridade monetária deixou de apostar na convergência para o fim de 2016 e suprimiu prazos. No início de novembro, o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, afirmou que a instituição adotará as medidas necessárias para que a inflação chegue a 4,5% em 2017.

No último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), apresentado em 23 de dezembro, o próprio BC reconhece que haverá grande desinflação, mas o índice de preços ficará longe do centro da meta em 2016. No cenário de referência, a alta acumulada do IPCA deve ficar em 6,2% no fechamento do ano.

O economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, chama a atenção que a inflação hoje não está concentrada em um punhado de produtos, mas contamina praticamente toda a economia. Schwartsman calculou que o índice de difusão – que mostra o porcentual de produtos com alta de preços – da inflação pelo IPCA de novembro alcançou 78%. Na prévia do IPCA de dezembro, aumentou para 78,4%.

Fonte: Estadão

MEC perdeu R$ 10,5 bilhões em recursos no ano de 2015

Em 2015, o Ministério da Educação (MEC) perdeu 10,5 bilhões de reais, que equivalem a 10% do orçamento. Neste mesmo ano, a presidente Dilma escolheu como slogan de seu segundo mandato “Pátria Educadora”.

O ano da pasta foi marcado por cortes em programas, pagamentos atrasados e trocas de ministros. As duas principais bandeiras de Dilma na área da educação, Pronatec e Fies, sofreram cortes.

Entre 2010 e 2014 o Fies expandiu seus financiamentos, mas ainda nos últimos dias de 2014, as regras do programa de financiamento foram alteradas. O acesso ao programa foi restringido e os pagamentos a empresas educacionais foram adiados.

313 mil contratos foram fechados em 2015, 57% menos do que o registrado em 2014. Em 2014 o governo gastou 13,7 bilhões de reais com o programa de financiamento, 16% mais que os 12 bilhões ao longo de 2015.

O Pronatec também enfrentou problemas, o início das turmas foi adiado e houve atraso de pagamentos às escolas. Em 2015 foram registradas 1,1 milhão de novas matrículas, segundo o MEC.

Ainda no ano de 2015 outras iniciativas educacionais sofreram com a escassez de recursos, como foi o caso do Mais Educação, que é voltado a escolas de tempo integral. O Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que transfere verbas diretamente para as unidades, também sofreu com corte de gastos.

Também tiveram verbas escassas e atraso de recursos às bolsas de iniciação à docência e de alfabetização. As universidades federais também tiveram problemas de caixa e o MEC teve que lidar com uma greve de cinco meses de greve dos professores universitários.
Troca-troca no Ministério

“Em um ano de mandato estamos no terceiro ministro. A educação é uma área com um imenso passivo motivado pelo acúmulo histórico de falta de prioridade e investimento e há uma pressão muito grande para que os resultados apareçam logo. No entanto, não há atalhos para a boa educação”, analisou Luiz Carlos de Freitas, diretor da Unicamp.

Fonte: Correio do Estado

Aécio diz que veto de Dilma a reajuste do Bolsa Família sacrifica a população

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou a decisão da presidente Dilma Rousseff de vetar o reajuste do benefício do Bolsa Família pela inflação. Segundo ele, essa atitude sacrifica a população que mais precisa do apoio do governo. A declaração foi divulgada por meio da assessoria de imprensa neste sábado (2).

A presidente Dilma Rousseff sancionou, em edição extra do “Diário Oficial da União” editada na quinta-feira (31), a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016, que estabelece os parâmetros para a elaboração do Orçamento da União. A lei foi sancionada com mais de 50 vetos, incluindo um trecho que previa o reajuste do benefício do Bolsa Família pelo índice oficial de inflação, medida pelo IPCA, acumulada entre maio de 2014 e dezembro de 2015.

Na justificativa do veto, o governo alega que o texto aprovado pelo Congresso não traz a previsão de verba para isso e que, “se sancionado, o reajuste proposto, por não ser compatível com o espaço orçamentário, implicaria necessariamente o desligamento de beneficiários do Programa Bolsa Família”.

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que não comentará as críticas do senador.

Fonte: G1

Morte de PM pode ter motivado 1ª chacina do ano na Grande SP

A Polícia Civil investiga se a primeira chacina do ano na Grande SP, que deixou quatro mortos e um ferido em Guarulhos na madrugada deste sábado (03), tem relação com a morte de um policial militar na semana passada na mesma região.

O PM foi morto na última quarta-feira (30), também em Guarulhos, quando, de folga, interveio num assalto a uma casa de peças. Ele trocou tiros com os assaltantes e acabou morto -somente um dos bandidos foi preso pela polícia.

Agora, uma das linhas de investigação é se a chacina deste sábado teria sido uma vingança pela morte do PM.

De acordo com a polícia, no início da madrugada, um grupo de jovens que estava em um bar na Vila Galvão foi alvo de disparos que partiram de homens que desceram de um veículo preto de quatro portas, segundo testemunhas.

Ainda segundo uma das testemunhas, os assassinos seriam dois ou três homens, todos eles encapuzados no momento da ação em frente ao bar -que seria ponto de venda de drogas.

Morreram Leonardo José de Souza, 23, Francisco Pereira Caetano, 23, Hermes Inácio Moreira, 19, e Adriano Silva Araújo, 28. Adriano e Leonardo, segundo a polícia, já haviam sido presos por furto e tráfico de drogas. Um dos mortos, ainda segundo a polícia, foi atingido por três tiros na cabeça.

Um outro jovem, de 29 anos e com passagem por tráfico de drogas, ficou ferido e permanecia internado no final da manhã deste sábado -o estado dele é considerado grave. Ainda não há pistas dos atiradores.

Segundo o boletim de ocorrência, quando a perícia técnica chegou ao local do crime, não havia nenhuma cápsula ou projéteis em frente ao bar.

Na manhã deste sábado, moradores do bairro afirmaram à reportagem terem visto minutos antes do crime um carro da Força Tática da PM com as luzes apagadas nos arredores do bar.

A morte do PM, três dias antes, ocorreu a 3 km do local dessa chacina. O policial morto atuava no 5º Batalhão da PM, na Vila Gustavo, na zona norte de São Paulo.

Fonte: Folhapress

Embaixada saudita em Teerã é atacada após execução de líder religioso xiita

A embaixada da Arábia Saudita em Teerã foi atacada na noite deste sábado por manifestantes em fúria, após a execução, do clérigo xiita Nimr Baqer Al-Nimr. Al-Nimr, que por mais de uma década estudou Teologia no Irã, fazia parte de um grupo de 47 xiitas e sunitas executados neste sábado por “terrorismo”. Ele era considerado pelos saudistas uma importante figura do movimento de contestação ao regime.

Segundo informou a agência de notícias Isna, coquetéis molotov foram lançados contra embaixada saudita. A missão foi invadida pelos manifestantes, que conseguiram subir no telhado do imóvel. O grupo acabou sendo retirado pela polícia. Fotos publicadas em páginas na Internet mostraram algumas pessoas segurando o que parecia ser a bandeira saudita, que teria sido arrancada.

Em Machhad, segunda maior cidade do país (nordeste), o consulado saudita também foi atacado e incendiado, segundo imagens postadas on-line. Depois desses incidentes, o porta-voz do Ministério iraniano das Relações Exteriores, Hossein Jaber Ansari, pediu à polícia diplomática para proteger as missões sauditas.

“Condenando, mais uma vez, a execução injusta do líder religioso Al-Nimr, (Jaber Ansari) pediu a proteção das representações diplomáticas da Arábia Saudita em Teerã e em Machhad (…) e pediu à polícia para impedir qualquer manifestação nesses locais”, noticiou a imprensa iraniana.

Também após as execuções, a Arábia Saudita convocou o embaixador do Irã para protestar contra declarações “agressivas” de Teerã. O Ministério das Relações Exteriores de Riad “enviou ao embaixador iraniano (…) uma carta de protesto referente às declarações iranianas agressivas a respeito das sentenças legais aplicadas hoje (sábado) contra terroristas no reino”, de acordo com a nota publicada pela agência oficial de notícias SPA.

Riad responsabilizou o governo iraniano “pela proteção” das missões diplomáticas sauditas em seu território. O reino também acusou o Irã – um país “sem vergonha” – de apoiar o “terrorismo” e de prejudicar a estabilidade regional, declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores em nota enviada à SPA.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã, uma potência xiita com relações tensas com a Arábia Saudita, prometeu que Riad pagará “um preço alto” pela morte del Al-Nimr.

Fonte: DC