A família do torcedor Paulo Ricardo Gomes da Silva, de 25 anos, esteve na manhã deste sábado (3) no IML para liberar o corpo. Ele morreu na noite da última sexta-feira (2) no Estádio do Arruda, atingido por uma privada lançada das arquibancadas.
Há informações de que mais três pessoas ficaram feridas pelos estilhaços da privada. Uma pessoa foi levada em estado grave para o Hospital da Restauração, mas ainda não foi identificada. Outras duas foram conduzidas para o Hospital Getúlio Vargas, no Cordeiro. José Adrien Ferreira de Lima, 21, foi atendido na emergência com uma fratura na tíbia, mas já passa bem. Tarkini Cauã Gonçalves de Araújo, 20, também foi atendido na emergência, onde recebeu diagnóstico estável, mas foi transferido para o Prontolinda.
A esposa do tio da vítima, Sueni Valdevino, conversou com a imprensa e confirmou que o rapaz era torcedor do Sport, embora não fosse filiado a torcida organizada. Paulo Ricardo era caldeireiro e trabalhava no Estaleiro Atlântico Sul, noPorto de Suape, em Ipojuca.
A noiva da vítima, a técnica em laboratório Amanda França, 27, negou que seu noivo estivesse usando uma camisa do Paraná. “Segundo o pai dele, ele usava uma camisa verde sem identificação”, disse à Rádio Jornal.
A noiva também confirmou que Paulo Ricardo postou em redes sociais uma foto sua usando uma faixa do Paraná. Ela disse que as torcidas de Paraná e Sport são parceiras.
Apesar da família assegurar que Paulo Ricardo não era afiliado às organizadas, o rapaz tinha algumas fotos em seu perfil do Facebook trajando o uniforme da Torcida Jovem do Sport (TJS). Em uma das imagens, ele foi fotografado ao lado de dois rapazes, fazendo um símbolo geralmente ligado à TJS, os braços cruzados para cima. No abdômen de Paulo, havia uma tatuagem com o símbolo do Sport.
A polícia disse que Paulo assistiu ao jogo de ontem, entre Santa Cruz e Paraná, pela Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. O rapaz teria visto a partida na torcida do clube paranaense e chegou a fazer uma foto exibindo a bandeira da organizada Fúria. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa está investigando o caso.
VIOLÊNCIA – Este é mais um episódio trágico do futebol local neste ano. Brigas entre torcidas organizadas são corriqueiras, além de depredações e arrastões.
Em 2014, esta é a primeira morte ligada ao futebol pernambucano. “Acredito que o vaso sanitário tenha sido atirado do setor da arquibancada onde estava a torcida do Santa Cruz”, avaliou um policial militar que atendia a ocorrência.
É comum nos estádios pernambucanos episódios em que vândalos arrancam privadas dos banheiros e atiram de cima das arquibancadas, sobretudo nos clássicos entre Sport, Náutico e Santa.
A polícia tem montado operações de guerra para tentar evitar a violência. (Jc Online)