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Votação da Previdência em SP tem protesto, vidro quebrado e insultos entre vereadores

A aprovação da reforma da Previdência municipal de São Paulo foi marcada por protestos de servidores do lado de fora da Câmara Municipal, e pela troca de insultos entre vereadores nesta quarta-feira. Um deles, Fernando Holiday (DEM), ligado ao Movimento Brasil Livre ( MBL ) afirmou que um “projétil” atingiu a janela do corredor onde fica seu gabinete no quinto andar do prédio, localizado no Centro da capital paulista.

Holiday e a vereadora Sâmia Bomfim (PSOL) trocaram acusações nas redes sociais após a votação. Sâmia acusou o colega de fazer gestos obscenos e provocações para os manifestantes quando apareceu na janela e o chamou de “covarde”. Holiday reagiu, xingando a vereadora de “mentirosa”. A janela atingida pelos manifestantes, em sua maioria servidores municipais que se opõem ao projeto fica no hall dos elevadores da Casa.

Entusiasta da aprovação da reforma, Holiday publicou, em sua conta no Twitter, uma foto do vidro da Câmara estilhaçado. Um boletim de ocorrência foi registrado, e policiais foram ao prédio no fim da tarde fazer uma perícia. O Movimento Brasil Livre (MBL), a que o vereador pertence, postou no Twitter que Holiday foi vítima de “tentativa de assassinato”.

— Quando eu estava saindo da janela ouvi dois barulhos de estilhaços no vidro do corredor da Câmara, no 5º andar, onde fica o meu gabinete. Um projetil ultrapassou o vidro e fez um buraco redondo no vidro. Até agora não sabemos o que aconteceu. Independente do que tenha sido, se foi algum tiro, foi um ato lamentável — disse o vereador em sua conta do Twitter.

Imagens de assessores de Sâmia mostram Holiday saindo apressado de perto das janelas da casa após xingamentos e gesticulando com as mãos para os manifestantes.

— Ele (Holiday) fez provocações para os manifestantes — disse Sâmia.

Outros vídeos feitos por funcionários de parlamentares mostram manifestantes arremessando objetos contra o prédio da Câmara Municipal.

Segundo a Guarda Civil Municipal (GCM), manifestantes tentaram derrubar grades e um portão de acesso à Câmara. Os guardas reagiram com bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e tiros de balas de borracha.

Aprovada em segunda votação, a proposta de reforma da Previdência do prefeito Bruno Covas (PSDB) cria um sistema complementar para novos funcionários que ganham acima do teto do INSS (R$ 5,6 mil). Além disso, a proposta aumenta a alíquota de contribuição de 11% para 14%.

Ao deixar a votação da reforma para a semana do Natal, os vereadores tentavam evitar protestos, mas uma audiência pública na semana passada já tinha terminado em confusão.

Fonte: O Globo