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Solicitações por leitos de UTI para crianças e bebês sobem para 228 em Pernambuco

As solicitações por leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para crianças e bebês na Central de Regulação de Pernambuco aumentaram para 228 na semana epidemiológica que começou em 15 de maio e termina nesta quarta (25). Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), que enviou o número ao g1 nesta terça (24), esse é o maior índice registrado nos últimos dois anos.

No mesmo período no ano passado, o estado tinha 64 pedidos por leito de UTI. A angústia de famílias e profissionais de saúde devido à espera de bebês e crianças por leitos de UTI tem sido mostrada pelo g1 há uma semana. Desde então, foram vários os relatos de pais e parentes desesperados e pacientes com quadro de saúde grave.

Dois bebês morreram enquanto aguardavam uma vaga em leito de UTI. Uma bebê de 1 mês morreu antes da transferência para um leito desse tipo, nesta terça (24). Na segunda (23), um menino de 11 meses também morreu à espera de um leito de UTI em um hospital do Recife.

Ainda de acordo com a SES, na semana epidemiológica anterior, que foi de 8 a 14 de maio, foram registradas 140 solicitações, enquanto, no mesmo período de 2021, eram 58 pedidos. Na semana epidemiológica compreendida entre os dias 1º e 7 de maio, Pernambuco contabilizou 131 solicitações, enquanto, no mesmo período no ano passado, esse número era de 64.

O número de menores que aguardavam vagas em UTIs, nesta terça-feira (24), era de 88, sendo 73 crianças e 15 bebês. Desse total, 73 esperavam por leitos para pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), segundo dados repassados pela SES ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

A Secretaria Estadual e Saúde informou que, apesar do número de leitos de UTI para essa faixa etária atualmente ser quase três vezes maior do que na sazonalidade do ano passado, o número de solicitações cresceu quase quatro vezes. Além disso, o governo declarou que a abertura de leitos nessa área é difícil por falta de profissionais especializados.

Síndrome respiratória

No dia 18 de maio, o secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou que houve um aumento de casos de doenças respiratórias como nunca havia sido visto, com um maior grau de severidade e também com maior frequência de solicitação de leitos pediátricos.

Segundo a SES, o número de solicitações de leitos de UTI para crianças teve um aumento significativo com relação à sazonalidade do ano passado.

Os casos notificados de Srag em crianças de 0 a 5 anos eram 90 na semana epidemiológica entre 8 de 14 de maio de 2021, e chegaram a 143 no mesmo período de 2022. Na semana entre 15 e 25 de maio, eram 101 casos em 2021 e chegaram a 147 neste ano.

O estado passa por um pico da circulação de vírus respiratórios. A SES informou que está predominando o vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças de até 2 anos e o rinovírus, nos meninos e nas meninas a partir dessa idade.

O VSR é um dos principais agentes de uma infecção aguda nas vias respiratórias, que pode afetar os brônquios e os pulmões. O rinovírus é o causador do resfriado comum, capaz de desenvolver quadros infecciosos mais graves em crianças.

Fonte: G1