Questionado nesta quarta-feira (2) em acareação da CPI da Petrobras pelo relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-SP), se mantinha as informações dadas ao juiz Sérgio Moro no âmbito das investigações da operação Lava Jato, o delator Augusto Mendonça confirmou que o pagamento de propina era feito a Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras, e Renato Duque, ex-diretor de Serviços da estatal.
Ao lhe ser dada a palavra, Renato Duque disse que se manteria em silêncio, mas que faria apenas um comentário. “Quero ressaltar que Augusto é mentiroso”. Ex-executivo da Setal Engenharia, Mendonça afirmou, então, que Duque reagiu assim para se defender.
Em outra rodada de perguntas, Mendonça informou que nunca entregou propina diretamente a Duque, mas “a terceiros”. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, que também participa da acareação, disse que se manteria em silêncio, por orientação de seu advogado.
Questionado pelo deputado Valmir Pascidelli (PT-SP) se havia contradições em seus depoimentos, Mendonça admitiu que mudou seu depoimento. “Como é que fica a versão da afirmação, levando em conta que o senhor já entrou em contradição antes e agora é chamado de mentiroso?”, disse o parlamentar.
“Posso ter me enganado. A minha versão original é a que estou falando agora, não vou mudar. Se em algum depoimento eu disse que não, eu me enganei”, respondeu Mendonça, que havia dito ao Ministério Público que pagou entre R$ 50 milhões e R$ 60 milhões em propina a Duque entre 2008 e 2011. Duque e Vaccari negam a informação.
Fonte: Jornal do Brasil
