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Preços dos serviços indicam perda de poder de consumo das famílias

O preço dos serviços manteve alta em maio, com variação de 0,56%, ligeiramente superior aos 0,54% de abril, segundo informou o IBGE nesta sexta-feira. Os destaques foram os serviços de mudanças (2,29%) e mão de obra para trabalhos residenciais (1,94%), setores ligados ao aquecimento do mercado imobiliário. A alimentação fora de casa ficou 0,89% mais cara, depois de subir 0,69% em abril.

Já alguns serviços mais ligados à renda mostraram recuo nos preços, o que pode sinalizar um esgotamento da capacidade de consumo das famílias, em parte por causa do próprio efeito da inflação de reduzir o poder de compra. Foi o caso, por exemplo, dos serviços de manicure, cujos preços passaram de uma de 1,15% em maio para queda de 0,38% em maio e de cabeleireiro, de 0,43% para -0,10%.

A inflação medida pelo IPCA do IBGE avançou 0,37% em maio, depois de registrar 0,55% em abril. O resultado ficou em linha com as expectativas do mercado, que de acordo com o último Boletim Focus do Banco do Central, previa variação de 0,36%. Nos cinco primeiros meses de 2013, o IPCA já subiu 2,88%, contra 2,24% em igual período do ano passado. Já a inflação acumulada nos últimos 12 meses chega a 6,5%, exatamente no limite do teto da meta do governo para este ano.

“Alguns itens sugerem que preços mais altos estão inibindo a demanda em alguns setores e, muitas vezes, provocado pelos próprios alimentos, porque os alimentos que são um consumo praticamente diário. Então, quando eles aumentam, fica muito claro na cabeça das pessoas que a inflação está aí. Isso gera uma tendência a reduzir a compra de outros itens”, diz Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Os serviços domésticos tiveram alta de 0,76% maio contra 1,25% em abril, mas segundo Eulina, o dado do mês não é suficiente para avaliar o impacto das PEC das domésticas, porque a fonte original da informação é a Pesquisa Mensal de Empregos (PME) e, por isso, há uma defasagem no período da comparação. “Precisamos esperar mais alguns meses para avaliar esse impacto diz”.

Fonte: Agência O Globo