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PM no Rio detém quatro integrantes da Marcha da Maconha

23_mhb_rio_maconhaQuatro integrantes do movimento Marcha da Maconha foram detidos na madrugada deste sábado por policiais militares do Batalhão de Choque, na esquina das avenidas Mem de Sá e Gomes Freire, na Lapa, no Rio. Os PMs apreenderam 1.200 panfletos, 13 camisas, que eram vendidas pelos jovens, e um banner com o logotipo do evento. Levados para a 5ª DP (Gomes Freire), eles foram autuados por apologia ao uso de drogas.

Para o delegado-adjunto da 5ª DP, Antonio Ferreira Bonfim Filho, o direito brasileiro não permite apologia ao crime. “Eles vão responder em juízo, já que não quiseram prestar depoimento”, explicou. Já um dos detidos, o estudante Thiago Tomazine, 20 anos, disse que vestia a camiseta da Marcha da Maconha na noite de sábado, quando foi autuado por uso de drogas na mesma delegacia. “Realmente não dá para entender. Hoje, eles apreenderam as camisas e ontem (sábado) nem ligaram para ela”, revelou.

Com apoio de um banner, os jovens estavam distribuíndo panfletos com o calendário das passeatas e vendiam camisetas do evento a R$ 25 cada. Além de Thiago, os jovens Renato Athayde Silva, Adriano Caldas e Achille Lollo foram liberados e vão responder o processo em liberdade. “Eles deveriam prender o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, e o governador Sérgio Cabral, afinal eles defendem a movimento”, disse o advogado do movimento, Gerardo Xavier Santiago.

A passeata no Rio vai percorrrer a orla entre o Jardim do Alah e a Praia do Arpoador, a partir das 14h de 7 de maio. Segundo os organizadores, o evento defende a legalização e descriminalização da droga. “No século 19, os abolicionistas defendiam a libertação dos escravos e nem por isso eram criminosos. É o que nós queremos uma mudança na lei, como aconteceu no século 19 quando aboliram a escravatura”, comparou o advogado Gerardo Santiago.

Um dos PMs questionou o método usado pelo grupo. “Fizemos o nosso trabalho, afinal havia muitos adolescentes lá onde estavam distribuindo os panfletos e, caso a gente não apreendesse, as mães desses garotos iam dizer que a PM fez vista grossa”. Para o policial, eles não deveriam vender camisas e distribuir panfletos em praça pública. “Porque não organizam uma festa dentro de um clube para fazer isso?”, questionou.

Habeas corpus em 2009 e 2010
Nos últimos dois anos, a Marcha da Maconha aconteceu amparada por habeas corpus preventivo. Para o evento deste ano, o advogado Gerardo Xavier Santiago, aguarda apenas a decisão do juiz. “Já entramos com o pedido e deverá sair na semana que vem porque os promotores e juízes já entenderam que trata-se de liberdade de expressão”, explicou.

Em 2008, integrantes da Marcha também foram detidos na 9ª DP (Catete). O processo, segundo Gerardo Santiago, foi arquivado. “È o que vai acontecer com este aberto aqui na 5ª DP porque não se trata de crime e sim de uma discussão de ideias. Você pode não concordar, mas não tem o direito de prender a pessoa”, disse.

Fonte: Terra

2 comentários sobre “PM no Rio detém quatro integrantes da Marcha da Maconha

  1. joziel

    comparar a legalizaçao do uso de drogas com a aboliçao da escravatura é no minimo muito cinismo e cara de pau , nem toda manifestaçao é valida e esta deveria ser combatida com todo rigor, sr governador , sr secretario, srs juizes nao usem meio termo, usem contra esses baderneiros todo rigor da lei , eles estao prestando um desserviço ao país, chega de ipocrisia.

    1. Jonathas

      O Sr. Joziel jamais experimentou dar um tapinha no fumo d’angola. Não provou e não gostou. Recomenda combate rigoroso à manifestação pela legalização da planta. Êle se posiciona com os traficantes, os policiais corruptos, os financiadores do tráfico de drogas e de armas e todos os que lucram com a repressão e que não querem de maneira nenhuma a legalização. Não acredito que o faça por má intenção mas por ignorancia, leviandade e preconceito. É muito fácil aderir a ideias pre fabricadas, basta concordar com o rebanho sem se dar ao trabalho de pensar, avaliar, examinar, conhecer, pois isto exige responsabilidade e coragem. Quem não tem balangandans pra fazer a prova não tem o direito de ser contra nem a favor.