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PF apreende pasta que sugere elo entre esquema na CEF e R$ 51 milhões de Geddel

A Polícia Federal encontrou documentos que sugerem relação entre os  R$ 51 milhões apreendidos em apartamento usado pelo ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB) e esquema de corrupção na Caixa Econômica Federal. 

Em relatório divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo nesta terça-feira (13), os investigadores da PF revelam que foi apreendida na casa de Marluce Quadros Vieira Lima, mãe do ex-ministro, uma pasta contendo diversas atas de reuniões do conselho da Caixa.
 
Geddel Vieira Lima foi vice-presidente de Pessoas Jurídicas do banco e participou dessas reuniões no período de 2011 a 2013. Os registros apreendidos pela PF se referem a encontros ocorridos entre 2011 e 2015 – o que revela que o emedebista teve acesso a informações confidenciais do conselho mesmo após ter deixado de integrá-lo. Nessas reuniões foram discutidas e aprovadas concessões de créditos na ordem de R$ 28 bilhões.
 
Os investigadores da Polícia Federal consideram que as informações contidas nessas atas “corroboram a veracidade” de conversas realizadas entre Geddel e o ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) – hoje preso no âmbito da Operação Lava Jato. Os dados do celular de Cunha, conforme já havia sido apontado pela PF, indicam que o ex-parlamentar e Geddel discutiram sobre a “liberação de empréstimos da CEF a empresas específicas”.

Foi identificado que, no período em que Geddel foi vice-presidente da Caixa, as maiores agraciadas com créditos liberados pelo banco foram empresas do grupo J&F – dos irmãos Wesley e Joesley Batista.

Para a PF, os dados encontrados no celular de Eduardo Cunha possuem “informações relevantes” à investigação sobre os R$ 51 milhões apreendidos em apartamento usado por Geddel em Salvador (BA). Na análise dos investigadores, essas informações somadas às atas apreendidas na casa de Marluce Quadros Vieira Lima  “traduzem-se em possível materialidade delitiva”.

Na denúncia oferecida ao Supremo Tribunal Federal (STF)  após a apreensão do dinheiro na capital baiana, a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou quatro possíveis origens para os R$ 51 milhões: propinas da construtora Odebrecht; repasses do operador financeiro Lúcio Funaro; desvios de políticos do MDB ou transferência de parte de salário de assessores.

Fonte: Último  Segundo