O concurso da Polícia Militar de Pernambuco não é o único que está sob suspeita no Brasil. Pelo menos outros cinco processos seletivos estão sendo investigados, outros nove estão sob suspeição e alguns, como no caso do governo de Mato Grosso, estão suspensos. O último caso de denúncia de fraude aconteceu na semana passada com as provas para a Polícia Civil de São Paulo, que também está suspenso e sendo investigado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil daquele Estado. Com tantas denúncias, as pessoas que estudam ou trabalham no setor passaram a ficar com um pé atrás com relação às instituições que vêm se envolvendo nesses escândalos. Uma das mais citadas é a Funrio, fundação ligada à Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, que além de ter seu concurso da Polícia Rodoviária Federal suspenso, era uma das três empresas do consórcio Connasel – envolvido no episódio do vazamento das provas do Enem em outubro.
Para a diretora da Associação Nacional de Apoio e Proteção aos Concursos (Anpac), Maria Tereza Sombra, são dois problemas que afligem o setor atualmente. “Existem no Brasil hoje cerca de 100 bancas examinadoras. Há três anos eram 30 e todas boas, com tradição e histórico. Realizaram vários concursos. Agora aparecem as novas e ganham licitação pelo preço mais baixo. São necessários outros critérios para escolha de banca, como quantos concursos já fez, para quantas pessoas, em quantos Estados. Preço deveria ser um critério, mas não o principal”, opina. “A Funrio, por exemplo, colocou fiscais que nem sabiam onde colocar a frase de identificação do cartão respostas. São bancas que não têm possibilidade de fazer concursos com mais de 100 mil inscritos no Brasil. Não têm recursos humanos”, disse Maria Tereza.
Fonte: Jornal do Commercio