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Para fazer pressão, vendedor da TelexFREE se acorrenta no AC

Os divulgadores da TelexFREE começam a tomar medidas mais extremas para pressionar o judiciário a finalizar o processo em que a empresa é acusada de ser uma pirâmide financeira. Nesta quarta-feira, Aerci Arreal Olm, 33 anos, se acorrentou em frente ao Fórum de Rio Branco, no Acre. Afirmando estar em greve de fome, ele diz que só sai de lá “desmaiado”.

Desde o dia 18 de junho, a TelexFREE está com os bens bloqueados, proibida de arregimentar novos vendedores ou de pagar os cerca de um milhão que tem espalhados pelo país.

Apesar de toda a pressão exercida, a promessa em relação ao cadeado foi quebrada pelo próprio grupo no mesmo dia. O divulgador passou a quarta acorrentado em frente ao fórum, mas, à noite, dirigiu-se à Promotoria da cidade, onde se prendeu novamente.

“Nossa bandeira não é afrontar a justiça nem mesmo defender de forma cega a postura ministrada pela empresa. O que queremos aqui é levantar uma bandeira em prol dos divulgadores que não tiveram seus valores ressarcidos”, diz o divulgador em vídeo.

Aerci é radialista em Chapecó, Santa Catarina, e percorreu cerca de 3,7 quilômetros para se acorrentar no Acre. Ele é considerado um líder TelexFREE, como são chamados os chefes de grupos que afirmam vender os serviços de telefonia via internet (VoIP) da empresa. Ele comanda o de sua cidade.

Aerci afirma ter investido 46 mil reais em 12 contas do serviço, sendo que em sete delas não teve retorno.

“Meus amigos próximos só devem abrir esse cadeados mediante duas circunstâncias: ou uma solução real – e não é enrola enrola para mais 30, 60 ou 90 dias – ou que eu venha infelizmente a padecer a tal ponto de desmaiar”, afirma ele no vídeo, acompanhado de outros divulgadores.

A empresa e o Ministério Público travam, além da batalha jurídica, uma guerra de versões: a TelexFREE afirma que quer devolver o dinheiro de quem não recuperou seu investimento, e que só falta o MP concordar, como alegou um dos sócios à EXAME.com ontem..

Os promotores, no entanto, esclarecem que é justamente essa a intenção da ação judicial em curso. O problema é que isso tem de vir acompanhado de uma mudança no modelo de negócios da empresa – ou o então que ela seja fechada, já que, na visão da promotoria, o negócio seria insustentável e mantido apenas pela adesão de novos membros, não pela venda de produtos.

Foi essa exigência que fez a TelexFREE negar um Termo de Ajustamento de Conduta proposto pelo MP em novembro do ano passado.

Fonte: EXAME