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Organizações divulgam nota de repúdio contra “intolerância religiosa no Vale do São Francisco”

dsc_4608Reunidos nessa segunda-feira (09) no Centro de Cultura João Gilberto, em Juazeiro-BA, representantes de diversas organizações, além do vereador Justiniano Felix, elaboraram uma nota de repúdio ao movimento de pastores evangélicos, liderado pelo pastor José Kenaidy, que pede a retirada de estátuas folclórica do Rio São Francisco, entre as cidades de Petrolina-PE e Juazeiro-BA.

O encontro teve participação de representantes da AECAB (Associação Espírita e de Cultos Afro-brasileiras – Petrolina-PE), ACBANTU (Associação Nacional de Preservação do Patrimônio Bantu), COMPIR (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial) de  Juazeiro-BA, NAEND,A (Núcleo de Arte-Educação Nego D,Água), Sociedade Brasileira de Ecologia Humana (SABEH) e Fórum de Segurança Alimentar e Nutricional de Povos de Terreiro da Bahia.

“A tempo, gostaríamos de esclarecer que a tão famigerada e apedrejada verbalmente escultura do artista plástico Ledo Ivo não é, de fato, constituinte de nenhuma das divindades do culto afro-brasileiro, como equivocadamente se ouve falar. Trata-se de uma figura folclórica, a mãe d’água, representativa de lendas da cultura ribeirinha, ou seja, é um patrimônio sócio-histórico-cultural da região e em, nenhum aspecto afeta a fé dos sujeitos, pois como tal, não representa uma deidade ou a própria deusa das águas (OXUM ou IEMANJÁ), mas um mito”, diz a nota.

As organizações também defendem a permanência da escultura do Nego D´Água no rio e chamam os pastores evangélicos de preconceituosos. “A comparação descabida e preconceituosa por parte desses sujeitos só demonstra uma total falta de esclarecimento sobre os cultos afro-brasileiros e sobre a cultura da região que representam religiosamente”, afirmam, acrescentando que é comum na região a presença de símbolos judaico-cristãos em praças, giradouros e edifícios, o que fere a premissa do Estado laico. “A laicidade do Estado só é lembrada quando alguma figura pública se sente afetada pela diversidade religiosa – que às vezes nem se enquadra nesse patamar”, argumentam.

Da redação do Blog Alvinho Patriota