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Morre o ex-presidente Itamar Franco

itamar-francoMorreu na manhã deste sábado, aos 81 anos, o senador e ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) , no hospital Albert Einstein, em São Paulo. Na sexta-feira, o estado de saúde do ex- presidente piorou e ele foi levado para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com pneumonia grave. Itamar foi internado no dia 21 de maio, quando que descobriu que estava com leucemia. Desde então, ele vinha se submetendo ao tratamento de quimioterapia e estava licenciado de suas atividades no Senado.

Itamar Augusto Cautiero Franco (PPS-MG) nasceu em Salvador, no dia 28 de junho de 1930, mas construiu sua trajetória política em Minas Gerais. O soteropolitano foi governador de Minas Gerais (1999-2003), vice-presidente da República entre 1990 e 1992 e presidente da República de 1992 a 1994, quando assumiu o cargo no lugar de Fernando Collor de Mello. O político também foi eleito quatro vezes senador por Minas Gerais (1975-1978; 1983 a 1987; 1987 a 1991; 2011-2011). Em seu mandato mais recente no Senado, que teve início em 2011, Itamar foi um dos membros da oposição mais combativos dentro da Casa.

Antes de entrar para a política, Itamar graduou-se em engenharia civil na Escola de Engenharia de Juiz de Fora, na Zona da Mata, em 1955. Foi lá que ele candidatou-se a vereador, pelo PTB, e a vice-prefeito, em 1962, mas sem vitórias.

Com início da ditadura militar no país, deixou o PTB e filiou-se ao MDB, pelo qual assumiu a prefeitura de Juiz de Fora por dois mandatos consecutivos (1967 a 1971 e 1972-1974). Em 1974, renunciou ao cargo para tentar a primeira candidatura ao Senado, por Minas Gerais. Em defesa da campanha da Diretas Já, foi eleito senador pela segunda vez, pelo PMDB. Em 1986, filiado ao PL, concorreu ao governo de Minas, sem sucesso. No ano seguinte, ele voltou ao Senado, para o terceiro mandato na Casa. No Senado, Itamar fez parte da Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição de 1988.

Um dos grandes saltos em sua carreira política foi na eleição de 1989, quando foi eleito vice-presidente da República na chapa de Fernando Collor de Mello (PRN). O mandato durou apenas dois anos já que, no final de 1992, em meio a um processo de impeachment, Collor renunciou e Itamar assumiu a Presidência.

A gestão de Itamar no Planalto foi marcada pela implementação do Plano Real, criado pelo então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso para substituir os sucessivos planos que tentavam por fim à espiral de inflação que tomou conta do país durante a década de 80, como o Plano Verão, Bresser e Collor. O Plano Real permitiu o controle da inflação no país com a criação de nova unidade real de valor para todos os produtos, desvinculando a nova moeda brasileira da vigente, o Cruzeiro Real.

Apesar de ter sofrido as consequências das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, entre 1993 e 1994, por denúncias de irregularidades no Orçamento da União, Itamar concluiu o mandato presidencial com alto índice de popularidade, o que impulsionou a candidatura de FHC como seu sucessor na Presidência da República.

Em 1998, Itamar foi eleito governador de Minas Gerais, onde exerceu uma de suas mais polêmicas gestões. Como governador, ele decretou moratória do estado, justificada pela necessidade de se fazer uma auditoria na dívida deixada pelo governo anterior, de Eduardo Azeredo (PSDB), vinculada a uma taxa de juros de 7,5% ao ano.
Na épooa, Itamar foi acusado pelo então presidente do Banco Central, Armínio Fraga, de agir contra a estabilidade econômica e de atrapalhar a atração de investimentos estrangeiros para o país.

Já no setor energético, ele retomou judicialmente o controle acionário da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e posicionou-se contrariamente à privatização de Furnas, travando uma batalha contra seu ex-ministro da Fazenda e então presidente, FHC. Na ocasião, Itamar protagonizou um episódio peculiar quando mandou tropas da polícia militar de Minas Gerais para fazer exercícios nas proximidades da hidrelétrica, em 2001. Na época, a ordem foi vista como uma ameaça ao governo federal.

Em 2002, apoiou a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à presidência da República, em oposição ao candidato de FHC, José Serra (PSDB). Filiado ao PPS, desde maio de 2009, tentou mais um mandato como senador e, nas eleições de outubro do ano passado, foi eleito por Minas com mais de cinco milhões de votos. Itamar tem como primeiro-suplente Zezé Perrella (PDT) e, como segundo-suplente, a vereadora de Belo Horizonte, Elaine Matozinhos (PTB).

Por Luisa Brasil, Patrícial Scofield e Marina Rigueira, do Estado de Minas

3 comentários sobre “Morre o ex-presidente Itamar Franco

  1. JOSÉ GONZAGA DE SOUZA

    Em Minas, demos a ele, só cinco milhões de votos, para ser Senador na Republica e traduzir o que dele pensávamos.

    Apesar de alguns desencontros ideológicos, por três vezes, politicamente dei e recebi o apoio de Itamar Franco. Em 26 de agosto de 1961 quando eu era o Presidente da União dos Estudantes Juizdeforano, foi ele que nos ajudou a fugir de Juiz de Fora, para um Sítio de um amigo dele, existente em Matias Barbosa. O Comando da Quarta Região Militar, havia determinado a PE – Policia do Exercito a prisão de todos lideres de sindicatos e estudantis que pouco antes desta data renuncia, do Janio Quadros, fizeram um comício na cidade com a presença de admirável Santiago Dantas, onde ele também teria sido um dos organizadores. Em 1962 quando ele se candidatou a Vice – prefeito em Juiz de Fora, trabalhei muito a favor dele. Em 1967, já Prefeito de Juiz de Fora e filiado ao MDB, sabendo, através da Diretora do Museu da Cidade, Mariano Procópio, Senhora Geralda Arnon Marques, também sua amiga, que eu estudava na Faculdade de Filosofia da UFMG, mas vivia na clandestinidade em BH e já estava casado com Ester Siqueira, uma Juizdeforana, também conhecida dele, me convidou a ocupar no Museu um cargos Administrativo, que por motivos obvio não aceitei. 1988 eu o reencontrei em BH no dia que costurávamos a sua entrada no PRN, onde ele seria O Candidato a Vice – presidente da República na chapa de Fernando Collor de Mello. Após a renuncia do Collor, encontrei com ele, já Presidente, rapidamente em Brasília no IV Encontro de Lideres Empresários da America Latina. Neste encontro ele me sugeriu candidatar-me a Presidência do PRN em Minas, pois ele tinha interesse em ter alguém que confiasse para reestruturar o partido com vista às próximas eleições. Como desafio, aceitei e com seu discreto apoio também mineiro de fazer política, fui eleito Presidente do Diretório Estadual do PRN em Minas Gerais e a pedido dele, um telefonema que recebi do Collor que estava no Estados Unidos, em 1996 e entusiasmado por Lincoln Portela na época Presidente do PST, fui em convenção eleito candidato a Prefeito de Belo Horizonte da FRENTE RENOVADORA -BH, tendo como meu Candidato a Vice-Prefeito, Dr. Juercio Magalhães, Ex-Presidente do Grupo de Super Mercados EPA, também bem sucedido empresário mineiro. Não nos elegemos, mas fizemos dois vereadores e a frente de partido que formamos a volta do Projeto de Governo Municipal, BH 24 HORAS, conseguiu mais de 111.000 votos só em BH e milhões de votos em MG. Foi uma campanha difícil e cara, pois dividimos milhares de votos com adversário de peso em BH, Deputado Estadual AMILCAR VIANNA MARTINS FILHO, Senadora JUNIA MARISE AZEREDO COUTINHO, Ex-Ministro PAULINO CICERO DE VASCONCELLOS, o então deputado Estadual e Presidente do PT em Minas, VIRGILIO GUIMARAES e perdemos realmente do politicamente mais estruturado, Dr. CELIO DE CASTRO. Assim que saiu o resultado das eleições em MG, recebi um telefonema do então Presidente Itamar, – “Parabéns, li uns bons comentários do nosso Jornal Estado de Minas, e Danilo Horta me contou que você disputou como Gonzaga 36, muito bem ai em BH e ainda ressuscitou o PRN em toda as Gerais, montando 637 Diretórios Municipais, que nos será muito útil pelos votos que receberam. Agora você pode vir para Brasília com Deputado Federal em 98”. Não me candidatei porque já tinha meu candidato, para aquela eleição e para todas outras que ele foi e será ainda candidato, o amigo leal, brilhante comunicador, Lincoln Portela que com ele em BH formei em 96 a Frente renovador BH PRN- PV –PST e PRP que surpreendeu a muito gente grande em 98 se elegendo para seu primeiro mandato com 130.000 votos mais ou menos em 98. E 2010, nós Mineiros, por gostamos de reconhecer gente boa e competente como, Itamar Augusto Cautiero Franco, que na vida publica sempre teve mais acertos que erros e nunca foi chamado de corrupto, demos também a ele, para calar a boca de muita gente em todo o Brasil, apenas cinco milhões de votos. É só conferir.

  2. SOLANGE DE DOGE

    o brasil perde um grande lidere politico, homem serio em tudo que fazia Itamar e um dos poucos políticos que pensava no povo brasileiro, sua trajetória politica ira servir de exemplo para os políticos que passam a vida inteira exercendo cargos e não conseguem se destacar, descanse em paz Itamar o povo brasileiro agradece a sua dedicação ao nosso país, assim como Getúlio você saio da vida para entrar na historia, serei sempre admiradora dos seus atos.

  3. Machado Freire

    Apesar do pecado (quem atira a primeira pedra?) de ter se aliado a Fernando Collor de Mello, omo vice-presiente (e foi esse o caminhde para chegar à Prewsidência com a deposição do titular), o baiano-mineiro Itamar Franco fez um bom governo, com atitudes nobres, como a oportunidade que foi concedida ao companheiro Gonzaga Patriota, na Secretaria Nacional de Trânsito.
    Gonzaga deu uma resposta satisfatória durante o período em que estevew na direção na pasta inaugurada por ele.
    Um dos fatos importantes foi a nova versão do Código Brasileiro de Trânsito, que contribuiu e ainda contribui para a redução das mortes no trânsito.

    Que a lição de vida de Itamar, como bom político serva de exemplo para a classe política em geral.