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Marqueteiro de Dilma mentiu à PF para “não destruir a Presidência”

Após atuar nas campanhas eleitorais de Lula (2006) e Dilma Rousseff (2010 e 2014), o marqueteiro João Santana confessou ter mentido à Polícia Federal quando depôs aos investigadores em fevereiro deste ano, após ser preso pela Lava Jato, para “preservar” a presidente afastada Dilma Rousseff (PT).

Em depoimento, o marqueteiro assumiu receber valores em contas no exterior referentes a campanhas para quais ele trabalhou em outros países, mas negou que o dinheiro tenha relação com campanhas de Dilma ou Lula no Brasil. Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, vinham atuando nos últimos anos em campanhas presidenciais em outros países, sobretudo na América Latina.

O casal contrapôs sua própria versão inicial e reconheceu ter recebido propina de U$4,5 milhões para quitar uma dívida da campanha de Dilma em 2010. O marqueteiro ainda justificou seus atos por, de acordo com ele, sofrer de pressões psicológicas  com o “susto” de ser eventualmente preso; “profissionais”, por querer manter o sigilo do contrato com o PT e “políticos”.  

Santana ainda frisou que atuava como conselheiro de campanhas e estratégias eleitorais do PT e que contar a verdade na época seria “destruir a Presidência” no momento em que o impeachment de Dilma Rousseff era discutido na Câmara.  

“Eu raciocinava comigo, eu que ajudei de certa maneira a eleição dela não seria a pessoa que iria destruir a Presidência, trazer um problema. Nessa época já iniciava o processo de impeachment, mas ainda não havia nada aberto, e sabia que isso poderia gerar um grave problema até para o próprio Brasil”, afirmou.

A assessoria da presidente afastada Dilma Rousseff foi consultada pela reportagem e informou que não iria se posicionar sobre o caso neste momento. Em sua conta oficial do twitter, Dilma disse que não autorizou pagamento de “caixa 2 a ninguém”.

Fonte: IG