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Leitor pede que Univasf traga curso da área de saúde para Salgueiro

opiniao3Sou cidadão salgueirense e fico muito feliz com a notícia da possível vinda de um campus da Univasf para a cidade de Salgueiro. Desde já, parabenizo as autoridades envolvidas nesse processo. No entanto, seria muito salutar que os responsáveis analisassem as atuais necessidades da região para escolher os cursos que serão ofertados nesse futuro campus.

Hoje, a Microrregião de Salgueiro, composta pelos municípios de Cedro, Mirandiba, Parnamirim, Salgueiro, São José do Belmonte, Serrita e Verdejante, totalizando 170.461 habitantes, segundo os dados de 2016 do IBGE, não possui em nenhuma dessas cidades nenhum curso superior na área de saúde. Quem mora nessa região sabe a dificuldade que se passa para se fazer qualquer tipo de procedimento relacionado à saúde.

Por muitas vezes, nós salgueirenses escutamos promessas da vinda de um curso de medicina para a cidade, no entanto isso nunca ocorreu. No Brasil, a Demografia Médica de 2015 mostra que há cerca de 400 mil médicos atuando no país, porém, 55,3% desses médicos se encontram na região sudeste e que as capitais do Brasil concentram 55,24% da totalidade de médicos do território nacional. Já o Nordeste abriga 27,8% da população brasileira e 17,4% dos médicos. Além disso, “a desigualdade na distribuição da população médica aparece também nas variáveis regionais. O Norte e o Nordeste apresentam uma razão de médicos/habitantes menor do que a média nacional (1,09 e 1,3, respectivamente). A situação é pior nos interiores do Norte e do Nordeste, onde a proporção de médicos por mil habitantes é, na sequência, de 0,42 e 0,46.” (CFM, 2015). Esses dados, mostram que o poder público tem que agir através de políticas que possam diminuir essa desigualdade na distribuição da saúde para a população brasileira, em especial para o Norte e Nordeste do país.

Agora, há a possibilidade da Universidade do Vale do São Francisco trazer um campus para a cidade de Salgueiro. A vinda desse campus poderia ajudar a reduzir a injustiça causada pela má distribuição da classe médica do Brasil através da implantação de cursos voltados para a área de medicina e saúde. Pois, a implantação de cursos dessa natureza permitiria a formação de mais habitantes do sertão pernambucano em áreas médicas e de saúde, tal ação traria para a região significativo aumento no número de médicos e profissionais de saúde, proporcionando infindáveis benefícios para a população do nosso sofrido sertão.

Outro ponto a ser observado é que ao se trazer novos cursos superiores para a cidade de Salgueiro e região, o poder público deve analisar quais são os cursos que já são ofertados por aqui, pois trazer cursos de áreas que ainda não são ofertadas na região é uma forma sábia de beneficiar a população com mais possibilidades na hora da escolha e também na hora do retorno social que os profissionais formados irão trazer.

Atualmente na cidade de Salgueiro tem-se a FACHUSC que oferece Direito e várias licenciaturas, tendo assim uma concentração maior de seus cursos na área de formação de professores. O ISES também oferece formação para professores. O Instituto Federal do Sertão Pernambucano oferece os cursos de Sistemas para Internet na área de computação, Tecnologia em Alimentos na área de nutrição e Licenciatura em Física, desse modo a instituição foca áreas tecnológicas e a UPE oferece o bacharelado em Administração, no qual o egresso tem possibilidades de atuação em setores de Marketing, Financeiro, Recursos Humanos e Vendas de empresas. Desse modo, é possível perceber que as instituições presentes em Salgueiro já contemplam diversas áreas do saber e setores econômicos da social, porém, não há nenhum curso voltado para as áreas de saúde.

Diante do contexto apresentado, espero que as autoridades envolvidas com a vinda do campus da Univasf para o município de Salgueiro possam trazer cursos que ampliem o leque de opções para a comunidade com vistas na ampliação da justiça e equidade social, principalmente no âmbito das áreas de saúde, visto que são nas áreas de saúde que a população regional é mais desassistida e prejudicada.

Enviado por Orlando Silva