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Famílias reassentadas da Transposição do Rio São Francisco protestam contra atraso de repasse do Governo Federal

Representantes das 748 famílias de trabalhadores rurais reassentados da Transposição do Rio São Francisco bloquearam na manhã de hoje os acessos ao canteiro de obras localizado na Barragem de Negreiros, em Salgueiro, em protesto contra o  atraso da ajuda de custo por parte do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) que completará quatro meses no próximo dia 20 de maio.

No final da manhã, uma comissão de reassentados recebeu a promessa dos representantes do Ministério do Desenvolvimento Regional (escritório de Salgueiro), de que os ocupantes de todas as Vilas Produtivas Rurais (VPR) da região vão receber  a ajuda de custo em atraso, no próximo dia 14, revelou a presidente da VPR de Queimada Grande,  Marivalda Bezerra.

De acordo com Marivalda Bezerra e outras lideranças do movimento, os trabalhadores  chegaram cedo  ao canteiro de Obras de Negueiros dispostos a permanecer no local até a próxima segunda-feira. “O pior de tudo é que nós recebíamos um salário e meio e passamos a receber apenas um salário  pelo governo do presidente Bolsonaro”, protestou.

A comunidade da VPR Junco, em Cabrobó, está enfrentando muitas dificuldades e até perseguições por parte dos funcionários do MDR, segundo o  trabalhador Ednilson Souza, pai de sete filhos.  Segundo eles, além atrasar o pagamento da ajuda de custo, “o MDR manda seus funcionários fazer vistorias em nossas casas  e contam até as galinhas que criamos”.

O problema  comum a todos reassentados que ocupam as VPRs do Projeto de Transposição do São Francisco é  a impossibilidade dos trabalhadores com origem no meio rural  produzir para o sustento das famílias e poderem, inclusive, contribuir com a economia regional. “Nenhum de nós dispõe de um lote devidamente preparado para produzir, e conseguir a “emancipação”, diz Adernil Ribeiro.

Por Machado Freire