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‘Exército tenta sair da linha de frente do governo’, diz cientista político

A saída dos três comandantes das Forças Armadas é uma maneira de o grupo tentar se distanciar do governo federal, especialmente em relação ao combate à pandemia da Covid-19, afirmou nesta terça-feira (30), em entrevista à CNN, o analista e cientista político Leonardo Barreto.

“As mudanças estão cercadas por contexto político, da tentativa do Exército de sair da linha de frente do combate ao vírus. O Exército foi sacrificado no Ministério da Saúde e foi mais criticado do que deveria,” disse Barreto.

O Ministério da Defesa informou que os três comandantes das Forças Armadas serão substituídos: Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa Junior, da Marinha, e Antonio Carlos Moretti Bermudez, da Aeronáutica. A decisão foi anunciada em nota após uma reunião na manhã de ontem com o novo ministro da pasta, Walter Braga Netto, e o ex-ocupante do cargo, Fernando Azevedo e Silva.

O analista da CNN Igor Gadelha apurou com generais e auxiliares do governo que as substituições ocorreram a pedido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Os comandantes estavam receosos que houvesse uma demanda por um alinhamento político das tropas com Bolsonaro, o que é rejeitado por todas elas. Na carta em que anuncia a demissão, Fernando Azevedo disse que, durante o período que comandou a pasta, preservou “as Forças Armadas como instituições de Estado”.

Segundo Barreto, o momento do governo de Jair Bolsonaro é de segurar espaços para voltar a atuar de forma mais incisiva com o arrefecimento da pandemia.

“A presidência está fragilizada, então vão tentar se manter até que a vacina e os auxílios façam efeito. A palavra de ordem hoje no Palácio do Planalto é segurar espaços e esperar os efeitos da pandemia melhorarem.”

Fonte: CNN