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Dia de confrontos no Egito deixa dezenas de mortos

As forças de segurança egípcias mataram pelo menos 60 pessoas, nesta quarta-feira, quando agiram para dispersar um acampamento de manifestantes que exigem a restituição do presidente deposto Mohamed Mursi, em uma ação durante a madrugada para acabar com um impasse de seis semanas no Cairo.

As tropas abriram fogo contra manifestantes em confrontos que trouxeram o caos a algumas áreas da capital e polarizaram ainda mais a população de 84 milhões de pessoas do Egito, entre aqueles que apoiam Mursi e os milhões que se opuseram ao seu breve governo.

A tropa de choque da polícia, usando máscaras de gás, aproximou-se agachada atrás de veículos blindados pelas ruas ao redor da mesquita Rabaa al-Adawiya, no nordeste do Cairo, onde milhares de apoiadores de Mursi mantinham uma vigília.

A violência se espalhou para além da capital, chegando às cidades no delta do Nilo de Minya e Assiut e à cidade na costa setentrional de Alexandria. Dezessete pessoas foram mortas na província de Fayoum, ao sul do Cairo. Mais cinco morreram em Suez.

O Ministério da Saúde do Egito disse que o total de mortos no país em um dia marcado pela violência era de 95 pessoas.

Sete horas após a operação inicial, multidões de manifestantes ainda bloqueavam estradas, cantando e agitando bandeiras, enquanto as forças de segurança tentavam impedi-los.

Em um necrotério perto da mesquita, um repórter da Reuters contou 29 corpos, incluindo o de um menino de 12 anos. A maioria morreu de ferimentos de bala na cabeça. Uma enfermeira disse ter contado um total de 60 corpos em um hospital.

“Eles chegaram às 7h da manhã. Helicópteros por cima e tratores embaixo. Abriram caminho através de nossas paredes. Policiais e soldados atiraram gás lacrimogêneo contra crianças”, disse o professor Saleh Abdulaziz, de 39 anos, enquanto estancava um sangramento na cabeça.

Fonte: Reuters