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Desemprego volta a subir no Grande Recife após nove anos em queda

Jairo Santiago, coordenador da PED no Grande Recife (Foto: Renan Holanda / G1)

Após uma trajetória de nove anos em queda, iniciada em 2004, a taxa de desemprego na Região Metropolitana do Recife voltou a subir em 2013, informou, nesta quarta-feira (29), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O indicador subiu um ponto percentual com relação a 2012, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita pelo órgão: saiu de 12% para 13%.

“Dois mil e treze foi um ano em que o ritmo que vinha se mantendo ao longo dessa série desacelerou […] A tendência agora é que se estabilize”, explica o economista e coordenador da PED/RMR, Jairo Santiago. Uma das principais explicações para o resultado foi o fato de o número de postos gerados, 15 mil, não ter sido suficiente para absorver as 38 mil pessoas que passaram a integrar a População Economicamente Ativa (PEA) na região.

Em 2013, a PEA estimada pelo Dieese no Grande Recife foi de 1,856 milhão, sendo 241 mil desempregados. O setor da construção civil, que cresceu 7,5%, foi o principal responsável pela geração de vagas, oferecendo 10 mil em 2013.

Para o coordenador da pesquisa no Grande Recife, Jairo Santiago, a quantidade de grandes empreendimentos no estado influencia diretamente no resultado obtido pelo setor, mas, ressalta, é preciso criar uma cultura de manutenção e reparo para que esses postos de trabalho não sejam extintos de forma abrupta com o fim das obras.

Os setores de serviços (9 mil) e indústria de transformação (4 mil) vêm logo em seguida no ranking dos que mais contrataram, ao passo que o setor de comércio e reparação de veículos foi o único a apresentar uma retração, fechando 3 mil postos de trabalho.

A PED ainda constatou que a quantidade de trabalhadores assalariados na RMR cresceu em 23 mil pessoas, sendo o setor privado, que contratou 21 mil, o grande responsável pelo dado.

A má notícia ficou por conta da redução de 6,3% no número de empregados domésticos, um corte de 8 mil postos de trabalho do tipo. “Eu atribuo parte desse resultado à questão da PEC das Domésticas, e outra parte também que eu atribuo é a elevação do [salário] mínimo”, afirma Santiago.

De acordo com a pesquisa, o rendimento médio dos trabalhadores autônomos cresceu 7,2%, ao passo que o dos assalariados reduziu 2,1%. A remuneração média ficou em R$ 1.192 para os ocupados, R$ 1.277 para os assalariados e R$ 906 para os autônomos.

Fonte: G1 PE