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Caso Marielle: vereador e chefe de milícia tramaram morte, diz testemunha

Uma testemunha chave do caso Marielle Franco revelou à polícia que o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, preso acusado de chefiar uma milícia na Zona Oeste, tramaram a morte da vereadora do Psol, assassinada com o motorista Anderson Pedro Gomes, no dia 14 de março, no Estácio, Região Central do Rio. Em depoimentos à Delegacia de Homicídios (DH), a testemunha disse ter presenciado quatro encontros entre Siciliano e Orlando, conhecido como Orlando de Curicica, desde meados do ano passado. Em uma das conversas, o parlamentar teria chamado Marielle de ‘putinha do (Marcelo) Freixo’ e falado ao miliciano que ‘precisavam resolver o caso, pois Marielle estava atrapalhando’.

Segundo a testemunha, a rixa entre Marielle e Siciliano foi motivada pela expansão das ações comunitárias da vereadora em comunidades na Zona Oeste, áreas majoritariamente dominadas pela milícia, algumas ainda sob influência do tráfico. O relato foi divulgado pelo Globo e confirmado pelo DIA. No entanto, a DH descartou a hipótese de queima de arquivo na morte do PM reformado Anderson Claudio da Silva, 48 anos, atingido por tiros de fuzil no Recreio dos Bandeirantes.

Orlando de Curicica foi preso em outubro do ano passado. Segundo agentes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), ele liderava um grupo de paramilitares que atuava em Curicica, e estava em guerra contra bandos rivais na disputa por pontos de caça-níqueis em Jacarepaguá.

De acordo com as investigações, Orlando estaria envolvido em várias mortes na região e tinha quatro mandados de prisão pendentes. Procurado, Marcello Siciliano negou as acusações.

O parlamentar depôs sobre o caso da morte de Marielle Franco em abril. Os policiais foram ao gabinete de Siciliano na Câmara dos Vereadores em uma quinta, mas ele não estava no local. Na manhã seguinte, o parlamentar foi notificado para prestar depoimento, que ocorreu um dia após o vereador Zico Bacana (PHS) ir à Delegacia de Homicídios.

Em nota, na época da morte de Marielle, Siciliano informou que recebeu “com grande pesar a notícia de falecimento”. “Durante o tempo em que esteve conosco, ela fez tudo pela sua localidade e estava sempre disponível para ajudar no que fosse necessário. Me solidarizo com a dor dos familiares e amigos. Podem contar comigo para ajudar no que for preciso”, disse o parlamentar.

Fonte: Jornal O Dia