‘Temos mais perguntas do que respostas’, diz OMS sobre Ômicron

O diretor-geral da OMS (Organização Mundial da Saúde), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou nesta terça-feira (30) que o surgimento da variante Ômicron do coronavírus causador da Covid-19 “deve chamar nossa atenção, especialmente uma tão altamente mutada”, como é o caso desta.

Todavia, ele disse na abertura de uma sessão de informação aos Estados-membros sobre a variante que “não devemos nos surpreender”.

“É isso que os vírus fazem. E, como eu já disse muitas vezes, quanto mais permitirmos que a pandemia se arraste — ao deixar de abordar a iniquidade da vacina ou de implementar medidas sociais e de saúde pública de forma personalizada e consistente —, mais oportunidades daremos a esse vírus de sofrer mutação de maneiras que não podemos prever ou prevenir.

Ghebreyesus chamou atenção para a rapidez com que a África do Sul e Botsuana identificaram e sequenciaram geneticamente a nova variante (em menos de dez dias).

“Ainda temos mais perguntas do que respostas sobre o efeito da Ômicron na transmissão, a gravidade da doença e a eficácia dos testes, terapêuticas e vacinas.”

O diretor-geral da OMS ainda se disse “preocupado” com países que estão adotando “medidas contundentes”, como banimento de viajantes de países do sul do continente africano, as quais, segundo ele, “não são baseadas em evidências ou eficazes por si mesmas e que só vão piorar as desigualdades”.

“Apelamos a todos os Estados-membros para que tomem medidas racionais e proporcionais de redução dos riscos, em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional. […] A resposta global deve ser calma, coordenada e coerente.”

Fonte: R7

Lula sobre Alckmin: ‘Quero construir uma chapa para ganhar as eleições’

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a hipótese de ter Geraldo Alckmin (de saída do PSDB) na vice de sua chapa presidencial em 2022 e disse que aguarda a definição do novo partido do ex-governador para avançar nas negociações. Em entrevista para a rádio Gaúcha FM nesta terça-feira, 30, o petista afirmou que ambos estão buscando construir um acordo.

“Tive uma extraordinária relação com o Alckmin no meu governo. Ele está definindo qual será seu partido político e nós estamos no processo de conversar. Vamos ver se é possível construir uma aliança política. Mas é o seguinte: eu quero construir uma chapa para ganhar as eleições”, disse Lula.

Nesta segunda-feira, 29, Alckmin fez novos acenos a uma aliança com Lula durante conversa a portas fechadas com presidentes de centrais sindicais, que defendem a aliança. O tucano, que negocia filiação no PSB, PSD e União Brasil, tem sido cortejado por petistas para dar um caráter ideológico mais amplo à candidatura Lula, sinalizando ao centro e valorizando a responsabilidade fiscal no histórico de Alckmin como gestor.

Durante a entrevista, Lula voltou a afirmar que ainda não bateu o martelo sobre sua candidatura à Presidência, embora tenha assumido uma agenda claramente pré-eleitoral, de costuras regionais. Se eleito, disse, vai rever a política de paridade de preços da Petrobrás para tentar controlar a inflação, tema usado pelo petista como munição contra o presidente Jair Bolsonaro. Ele também criticou o teto de gastos adotado no governo do ex-presidente Michel Temer. “O teto de gastos só pode ser aprovado em um país onde o presidente da República não tem autoridade moral para decidir o que fazer, o que gastar, onde investir”, disse, sem explicitar se pretende buscar mudanças nos limites legais.

O petista voltou a se defender de acusações de corrupção em seus mandatos. Ele alegou que a marca dos governos petistas foram as políticas de inclusão social, não o mensalão e o petrolão. “Nenhum governo criou mais instrumentos de combate à corrupção que Lula e Dilma”, disse, citando leis regulamentadas quando o partido ocupava a cadeira do Executivo, como a da delação.

“Quem praticou corrupção no PT foi punido, foi responsabilizado. O que nós queremos é que a investigação seja bem feita, que não seja feita por um mentiroso como o Moro ou por uma quadrilha como a do Dallagnol”, afirmou.

Fonte: Estadão