Só conseguiremos se “juntarmos nosso povo”, como bem dizia Dr. Arraes. Lembro, a propósito, que diferente de hoje, Salgueiro era uma das cidades mais secas do Sertão.
Mobilizamos a população da nossa cidade e companheiros de luta de municípios da região e praticamente obrigamos o governo a implantar a Adutora de Salgueiro, isso nos idos da década de 80.
Nós fomos pras ruas com a lata d’água (vazia) na cabeça. Fizemos um tremendo barulho diante de 200 policiais que eles colocaram para nos reprimir.
Nós éramos chamados de comunistas! (como se comunista fosse bicho papão). O mundo tomou conhecimento da nossa luta muito bem sucedida em favor da nossa gente, apesar de não termos um celular naquela época.
Tínhamos o povo na rua, um deputado estadual – Gonzaga Patriota e o federal Mansueto de Lavor, ambos do heroico MDB.
Elaboramos o projeto da Adutora de Salgueiro, a Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade e o governador Roberto Magalhães conseguiu o dinheiro (dois milhões de dólares) para implantar a obra do século XX na nossa região.
Por que os Sá e os Sampaio – que exploraram política e eleitoralmente a nossa gente, por tanto tempo, não tomaram essa iniciativa logo no final da década de 60? Por que essa ideia teve que sair da nossa cabeça, como minoria política?
Porque eles (os donos) só pensavam e agiam por interesses pessoais, em receber apoios de deputados para empregar seus parentes e amigos. Por isso, eles acabaram de perder o poder para um “forasteiro”. (tomara que ele cumpra as promessas de campanha). Nossos companheiros eram aliados de Marcos Freire, Jarbas Vasconcelos e Miguel Arraes e sempre fomos tratados como políticos de “terceira categoria”, como bestas, etc e tal.
Porque tínhamos ideologia e independência político-administrativa e pessoal: sempre fomos trabalhadores e batalhadores da iniciativa privada e em empregos públicos por concurso. Eles recebiam empregos de presente dos seus chefes ligados á ditadura militar.
Quebraram a cara, pois nós conseguimos eleger e reeleger Eduardo Campos para governador do Estado. Eles pegaram carona e quiseram depois se passar por donos de tudo, inclusive como ”aliados de Miguel Arraes”, a quem sempre odiaram.
Nós elegemos até o padre Mansueto de lavor, ali de Serrita, para o Senado da República. Eles sempre votaram e foram aliados dos Coelho de Petrolina, que nunca ligaram para Salgueiro. Hoje tem Coelhão sendo investigado pela Lava Jato! Ligavam, sim, para os votos que vinham negociar com os “chefetes” com origem na Arena.
Vamos, aos poucos, construindo a nossa história, com dignidade, sem baixar a cabeça para essa gente retrógrada aproveitadora e exploradora da bondade do nosso povo.
Um dia haveremos de exterminar a compra (e venda, claro) dos votos das pessoas que precisam, antes de tudo, ter consciência suficiente para saber que voto não é produto de supermercado ou de uma bodega qualquer de ponta de rua.
Aliás, por que as igrejas (de todos os credos e percentuais dízimos diferenciados ) juntamente com os professores das redes públicas e privadas não fazem um trabalho de profundidade que busque mudar a cabeça dos alunos a partir do voto? Para não permitir que ele (o voto) não se institucionalize como um “negócio” espúrio qualquer!
Vamos continuar insistindo para que pratiquemos uma política decente que, no mínimo, não permita mais de que vereadores – ditos “ legítimos representantes do povo”, não sejam mais eleitos através da compra de votos, que saem muito caro e precisam de uma explicação plausível!
O ideal seria a Justiça Eleitoral fazer uma profunda investigação sobre a vida pregressa de todos os políticos. Inclusive com uma varredura nos seus bens e contas bancárias.
Aliás, quanto cada candidato a prefeito de Salgueiro gastou com a queima de fogos, que foi abusiva e a mais cara de todas as campanhas eleitorais da história deste município?