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votosBoko Haram: 5 países africanos combinam exército de 8700 militares

Ontem, sábado, em Yaoundé (capital dos Camarões), cinco países da África central anunciaram a constituição de um exército de 8700 homens para combater o Boko Haram. Além da Nigéria, também os Camarões, o Chade, o Níger e o Benim  estiveram representados em Yaoundé e assinaram o comunicado que anunciou esta decisão. Os países envolvidos vão detalhar pormenores da operação nos próximos dias, de forma a definir papéis e posteriormente enviarem o plano de operações para conhecimento da União Africana e da Organização das Nações Unidas. O quartel-general desta força conjunta ficará em N’Djamena, capital do Chade situada junto ao lado Chade, a poucos quilômetros do centro de influência do grupo islamita.

Não foram ainda anunciados, portanto, detalhes sobre quando é que as tropas chegarão ao terreno, nem qual o orçamento (total ou de cada país) para esta operação. Contudo, o Chade já enviou novos contingentes de tropas para auxiliar o Níger e também a cidade nigeriana de Gamboru, perto da fronteira dos Camarões. De acordo com a agência France Presse, o exército chadiano conseguiu retomar a cidade aos rebeldes no início da semana passada. O governo nigeriano havia também anunciado oficialmente a reconquista desta cidade, “com o apoio de forças chadianas e camaronesas.”
O anúncio coletivo por parte dos 4 países vizinhos do Boko Haram não é novo – sendo a novidade, desta vez, a participação do Benim. Já em Julho, estes quatro estados haviam anunciado a criação de uma força conjunta com o mesmo objetivo. À data, cada país iria contribuir com 700 militares. Contudo, além do tamanho reduzido da força enviada (estimativas apontam para que o Boko Haram tenha entre 7.000 a 10.000 homens), parece que faltou vontade política ou capacidade de organização a esta tropa. Existiram vários relatos de retiradas e inacção das tropas governamentais, momentos antes de avanços do Boko Haram contra populações civis. As pessoas – e o resto do mundo – esperam que agora, com um contingente reforçado e uma maior noção do perigo comum, a determinação dos governos africanos seja para valer.