Dos 185 municípios pernambucanos, 25 (com 53% dos residentes) representam 80% do PIB do Estado. Em pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que analisou características municipais da produção de riqueza do Estado em 2008, Recife, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca, Cabo de Santo Agostinho e Olinda são os maiores contribuintes, acumulando 57,8% do total de R$ 70,4 bilhões.
Dessas cidades metropolitanas que agregam 33,3% da população estadual, Ipojuca apresentou maior crescimento em relação a 2007, com acréscimo de 0,3. Jaboatão, segundo município mais populoso, ficou na segunda colocação de incremento, com 0,1, arrematando 9,1% do PIB. Recife, apesar de registrar 31,9% do PIB, teve perda 1,4% em relação ao ano anterior, principalmente por causa da retração no setor de serviços. O encolhimento na capital só não foi maior devido ao bom momento da construção civil.
“O estudo tem uma defasagem regular de dois anos, que é o tempo que leva para serem levantadas todas as informações. 2008 foi marcado ainda pela crise mundial e, sem dúvida, os investimentos e o crescimento apontado na economia do Estado (de 5,2% em 2009 e a expectativa de cerca de 9% para 2010) se refletirão na ánalises municipais dos próximos anos”, avalia Maurílio Lima, diretor executivo de Estudos Pesquisas e Estatísticas Condepe/Fidem.No interior, os cinco maiores municípios são Petrolina, Caruaru, Vitória de Santo Antão, Garanhuns e Belo Jardim que, juntos, participam com 9,8% do PIB de Pernambuco e representam 7,1% da população do Estado. No Vale do São Francisco, Petrolina destaca-se com 2º maior PIB do Nordeste e o 3º do Brasil no setor agropecuário, conquistando a sexta posição do ranking estadual.
Graças aos investimentos incisivos no complexo portuário de Suape, Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho concentram taxas de PIB per capita. Ipojuca aparece como o 24º colocado do Brasil e o 3º da Região Nordeste em 2008. Outros pontos de localidade de indústria pesada também demonstram acumulação de riqueza como Petrolândia, sede de uma casa de força da Chesf. Recife aparece apenas no 5º posto de PIB per capita da lista, já que o montante corresponde à distribuição entre 18% da população residente.
PERNAMBUCO NO RANKING NACIONAL – Em relação ao rol de PIBs municipais, Recife, Olinda e Cabo de Santo Agostinho cairam em posição com relação a 2007. A capital pernambucana passou de 18ª para 20ª, sendo superada por Santos (SP) e Vitória (ES). Fica atrás ainda das capitais nordestinas Salvador (12ª) e Fortaleza (15ª).Cabo de Santo Agostinho desceu da 133ª para 134ª, enquanto Olinda despencou do posto 176 para o 182. Ipojuca melhorou em quatro posições (de 74 para 71) e Jaboatão do Guararapes manteve-se como o 68º município.
“Recife é menor tanto em área quanto em população. Fortaleza e Salvador têm mais de um milhão de habitantes a mais que a capital pernambucana e isso, obviamente, se reflete no PIB. Afora que não há espaço livre para investimentos de grande e médio porte, que estão migrando para o litoral (Suape) e para o interior”, avalia Lima.
O economista conclui que “é natural que se restrinja um pouco em relação a participação total no PIB do Estado, mas deve acompanhar o ritmo de crescimento das demais cidades beneficiadas porque ganha em movimentação em serviços como comércio, turismo, transporte e tecnologia. A sustentabilidade da economia da cidade se beneficia pela especialidade em serviços modernos como os polos gastronômico, médico, informático etc.”.
Fonte: Jc Online
