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Tunisianos comemoram primeiro aniversário da Primavera Árabe

Dezenas de milhares de pessoas lotaram uma praça provinciana para comemorar neste sábado o primeiro aniversário da revolução democrática da Tunísia no lugar onde tudo começou, desencadeando uma onda de revolta popular que transformou o mundo árabe.

O clima festivo em Sidi Bouzid foi, no entanto, um lembrete de que a mudança democrática na Tunísia ainda tem de resolver a pobreza e do alto desemprego -questões que preocupam muitos tunisianos.

O estopim da Primavera Árabe ocorreu quando um jovem desempregado de Sidi Bouzid botou fogo em si mesmo, após a polícia ter confiscado seu carrinho de frutas e vegetais não licenciado. Ele morreu no hospital.

A morte de Mohamed Bouazizi despertou a fúria sobre a pobreza, desemprego, corrupção e repressão. Protestos surgiram por toda a Tunísia, forçando o presidente Zine Al-Abidine Ben Ali a fugir do país menos de um mês depois.

A Revolução na Tunísia inspirou outros árabes a se rebelarem contra governantes autoritários. Eles foram derrotados no Egito e Líbia. Já o líder do Iêmen se afastou para uma transição reformista, enquanto o presidente da Síria enfrenta uma grande insurgência.

Em Sidi Bouzid, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se na praça central e dançavam ao ritmo de canções populares apesar do tempo frio, com as bandeiras e fotografias de tunisianos mortos nos protestos nas ruas.

A cerimônia ocorreu com a presença do novo presidente e seu primeiro-ministro, que revelaram uma estátua gigante de Bouazizi, que se tornou um herói nacional no país do norte da África.

“É um dia de alegria; Sidi Bouzid sofria há muito tempo com a negligência e hoje se tornou a capital do mundo”, disse um jovem que dançava e identificou como Emad. “Em 17 de dezembro do ano passado, o mundo árabe iniciou uma nova página da história, e isso é realmente um motivo de orgulho”, disse.

As comemorações devem seguir por todo o fim de semana com a presença de figuras de destaque internacional, como o Prêmio Nobel da Paz Tawakkol Karman.

Mas a mãe de Mohammed, Manoubia Bouazizi, mostrou uma preocupação comum a muitas pessoas, pedindo que autoridades tunisianas a explorem a revolução para dar melhor qualidade de vida para a população, principalmente os jovens. “(Meu filho) se queimou pela concessão de liberdade para a Tunísia e o mundo árabe. Peço que o governo preste atenção a áreas pobres e crie empregos para os jovens”, disse ela.

Fonte: Terra