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Tecnologias para uma agricultura de baixa emissão de carbono são apresentadas no Semiárido

Coqueteis_Vegetais_Foto_Fernanda_Birolo (1)A preocupação com as questões ambientais, em especial com a perspectiva de mudanças no clima em um futuro próximo, tem sido razão de intensos debates nos mais diversos âmbitos da sociedade. Na agricultura não é diferente, e por esse motivo as instituições de pesquisa, ensino e extensão estão buscando alternativas para minimizar os impactos da atividade humana, propondo tecnologias que tornem os sistemas agrícolas mais sustentáveis. 

Resultados de pesquisas desenvolvidas no Semiárido brasileiro serão apresentados, nos dias 26 e 27 de novembro, em um workshop realizado no Sebrae, em Petrolina, PE. O tema central do evento gira em torno da agricultura de baixa emissão de carbono (ABC), e tem como objetivo discutir com os produtores da região como o uso de tecnologias aplicadas com essa finalidade altera a dinâmica das culturas, especialmente da mangueira e do meloeiro.

De acordo com a coordenadora do evento, a pesquisadora da Embrapa Semiárido Vanderlise Giongo, as tecnologias de ABC visam aumentar a fixação de carbono e nitrogênio no solo e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. “Elas tornam o sistema mais econômico, diminuindo a utilização de insumos, reduzindo a evaporação de água no solo – o que pode aumentar a eficiência do uso da água – e minimizando os danos ambientais, inclusive os processos associados à degradação do solo, como a salinização e redução dos teores de matéria orgânica”, ressalta. 

O evento traz também informações sobre as “pegadas” hídrica e de carbono, ou seja, a quantidade de uso de água e de emissão de carbono envolvida em todo o processo da produção agrícola, desde o cultivo até a chegada dos produtos ao seu destino final. 

Entre as tecnologias que serão apresentadas estão práticas de mínimo revolvimento do solo, o desenho de sistemas integrados e a semeadura de adubos verdes, na forma de coquetéis vegetais. Estes consistem em uma mistura de plantas como gramíneas, oleaginosas e leguminosas, com a finalidade de adicionar carbono e nitrogênio ao sistema e ciclar nutrientes. 

Para facilitar a adoção das tecnologias por parte dos produtores, o workshop conta com a participação de gerentes dos Bancos do Brasil e do Nordeste, que apresentarão as linhas de crédito do Programa de Agricultura de Baixo Carbono. Já um representante do Instituto CNA trará orientações para a elaboração de projetos de financiamento voltados para o Programa.

O evento é voltado para produtores das áreas irrigadas da região e demais interessados. A programação conta com palestras e mesas redondas no primeiro dia (26). Já no segundo dia (27) acontece um dia de campo, em que as tecnologias serão demonstradas na prática, na Estação Experimental de Bebedouro, da Embrapa Semiárido. As inscrições podem ser realizadas no Escritório de Apoio da Embrapa Semiárido, no Centro de Convenções, em Petrolina, PE, no horário das 7h30 às 12h e das 13h30 às 17h. O valor da inscrição é de R$ 50,00 e as vagas são limitadas a 150 participantes.

O II Workshop Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – Desafios e Perspectivas para o Semiárido é realizado pelos centros de pesquisa da Embrapa Semiárido (Petrolina, PE) e Agroindústria Tropical (Fortaleza, CE), com o apoio da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e Associação Brasileira de Horticultura.