Conforme relatório elaborado pelo Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (ISAAA), o Brasil é o segundo maior produtor de grãos geneticamente modificados no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos da América. A prática contribui para que muitas sementes adaptadas sejam extintas, e por consequência camponenses/as se encontram numa relação de dependência de insumos externos como agroquímicos e grãos.
Neste contexto, a Articulação no Semiárido (ASA) lançou em 2015 o Programa Sementes do Semiárido, e está desenvolvendo em parceria com organizações não governamentais, a exemplo da ONG Caatinga, ações de resgate a manutenção das chamadas sementes crioulas. Cultivadas há várias gerações por agricultores familiares, elas são mais resistentes, produtivas e carregam em si a cultura do povo brasileiro.
Na região do Sertão do Araripe pernambucano (área de atuação da ONG Caatinga) serão feitos testes de transgenia nas sementes armazenadas e cultivadas na região. O intuito da medida é identificar e valorizar as sementes livres de transgênicos e adaptadas às condições climáticas da região, permitindo que haja multiplicação desta herança genética.
No Araripe, as ações do programa irão contemplar a implantação de 30 bancos de sementes nos municípios de Bodocó, Ouricuri, Granito, Exu, Moreilândia, Ipubi, Araripina, Santa Cruz, Parnamirim e Santa Filomena. Dezenove das 30 comunidades cadastradas no projeto terão espaços construídos especialmente para abrigar as sementes.
Da redação do Blog Alvinho Patriota
