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Memórias do Cárcere

Realizando o lídimo exercício democrático de informar, Migalhas foi no dia 1ᵒ de outubro à sede da Polícia Federal de Curitiba para entrevistar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso há 544 dias.

Cumprindo todos os trâmites legais (petição à juíza da vara de execuções, manifestação do MPF e da defesa), foi-nos autorizada a entrevista, na qual queríamos abordar as questões eminentemente jurídicas.

Chegamos à sede da PF por volta das 8h. Os policiais, que tratam a todos com cerimonioso respeito, indicaram a sala para montagem do equipamento de filmagem no 3º andar.

Antes, visitamos, em frente ao edifício, a vigília montada por grupos e associações que, indefectivelmente, dão bom dia (9h), boa tarde (14h30) e boa noite (19h) ao ex-presidente, em alto e bom som.

Acerca do prédio da PF, interessante anotar que, por ironia do destino, foi construído na gestão de Lula, sendo Marcio Thomaz Bastos o ministro da Justiça – há até mesmo uma placa na entrada com essa informação.

Às 9h25 o ex-presidente irrompeu a sala.

Usando a gravata que sempre usa em momentos solenes de sua vida, por exemplo, quando depôs ao então juiz Sergio Moro no caso que o levou à prisão, Lula cumprimentou um a um, sentou-se na cadeira adrede colocada atrás de uma pequena mesa, e começamos a conversa que durou regulamentares 60 minutos.

O que foi dito ali os leitores irão ver hoje, e nos próximos dias, nos vídeos que estamos selecionando de acordo com os temas.

Esclareça-se que a edição se justifica para que fiquemos apenas circunscritos às questões afetas ao meio jurídico, deixando os eventuais comentários políticos para os veículos especializados.

Independentemente das paixões e crenças ideológicas que cada um respeitosamente tenha, queremos crer que se trata de um registro histórico.

Ademais, ouvir o que o ex-presidente da República tem a dizer em seu cárcere, concordando-se ou não, é um salutar exercício democrático.

Nesse sentido, lembrando que “não se deve formar uma opinião sem ouvir os dois lados”, ouçamo-lo. (Clique aqui)

Lula fala

1 – O ex-presidente rebateu a ideia de desrespeito à Justiça por se recusar a ir para o semiaberto com restrições que os procurados da Lava Jato querem lhe impor. (Clique aqui)

2 – Acerca da futura decisão do STF quanto à ordem das alegações finais em processos com delator e delatado, Lula disse esperar que o Supremo exerça o papel nobre que a Constituição lhe garante. (Clique aqui)

3 – Tendo indicado oito integrantes ao Supremo durante os dois mandatos na presidência, Lula assegura: “- Não me arrependo de nenhuma das indicações”. O ex-presidente contou como era seu processo de escolha, a forma como tratava antes e depois os nomeados e o que lhe deu orgulho nas indicações(Clique aqui)

4 – Perguntado sobre o que acha de o atual presidente da República ter prometido a Sergio Moro uma vaga no STF (que ainda nem existe), Lula disse que é preciso respeitar as pessoas que estão exercendo o cargo, e esperar o ministro sair para só depois tratar da eventual substituição. (Clique aqui)

5 – Com o polêmico livro de Rodrigo Janot nas mãos, Lula conta que já tinha ouvido falar da “farmacinha” do ex-procurador da República, que era a geladeira onde Janot guardava bebidas alcoólicas na sede do MPF. (Clique aqui)

Fonte: Migalhas